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    Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now!
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now!

    Ver/ouvir para crer/saber

    por Roberto Cunha

    Existem correntes que acreditam que inovar é preciso e quase obrigatório no cinema, enquanto outros preferem crer que repetir algo que já deu certo também pode ser uma opção. Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now! é fruto da turma que adota a primeira linha de pensamento e sua concepção deixa isso bem claro logo no começo.

    Abordando o famoso movimento musical, o roteiro explora não só a sua vanguarda sonora, mas também o contexto político, falando de golpe, militares, repressão e por aí vai. Estruturado com a trilha sonora premiada no Festival de Gramado 2012, a geleia cultural se complementa com essas canções do passado, cantadas no presente, entremeadas por textos de Caetano, depoimentos de estudiosos, entre outras intervenções. A seleção foi do músico André Abujamra (ao lado), que com novos arranjos e acompanhado de excelente banda, acaba sendo o mestre de cerimônia (mudo) de um documentário altamento sonoro.

    E assim, clássicos como "Bat Macumba" (Gil & Caetano) eternizada na versão de Os Mutantes, são revisitados por alguns nomes conhecidos e outros nem tanto. Entre os ponto altos, a participação de Luiz Caldas (ao lado) e a experiência vocal (mais cênica) do ator Alexandre Nero (novela Salve Jorge), reproduzindo um momento "beatleniano". Entre os pontos negativos, a ausência física/verbal de Caetano, uma certa descambada para a política partidária petista, dando uma cortada no clima, e algumas interpretações musicais chatérrimas.

    Vale ressaltar que repertório ouvido (e visto) foi fruto de um show no Teatro Oficina, feito para o filme escrito e dirigido por Ninho Moraes. Ele, por sinal, divide mais uma vez a direção, agora, com o premiado curta-metragista e agitador cultural Francisco Cesar Filho, estreando na direção de um longa. Dessa forma, se topas um experimentalismo, tem fortes chances de se encantar com esse doc, mas se a "sua" abertura não permite certos devaneios, pode rolar uma visão distorcida do pretendido pelos realizadores. Só resta ver/ouvir para crer/saber.

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