Filme “Êxodo: Deuses e Reis” – Ridley Scott, 2014.
A gente tem que levar em conta várias coisas ao assistir um filme como esse:
1- Por que estamos assistindo (O que queremos ver/sentir).
2- Qual é o público-alvo do filme (Qual é a intenção dos produtores).
3- Os bastidores do processo de produção do filme.
4- Questões ideológicas.
No item 1 temos que ter em mente se queremos assistir um filme para se divertir (Como pra mim é a maioria das vezes que eu vou no cinema), para se emocionar (também adoroo), para analisar (não costumo gostar, mas às vezes é inevitável e tem um bom resultado), para agradar alguém e outros motivos. Então, acho que 1/4 da nota que damos para o filme deve ser baseada nesse ítem, se conseguimos o que queríamos antes de entrar no cinema.
O filme “Êxodo: deuses e reis” é divertido? Para mim não. É emocionante? Muito! Fui para agradar alguém? Não, assisti duas vezes em dias consecutivos. Analisei e me satisfaz muito. Ou seja, este ítem pra mim está 100%.
O item 2 serve para termos em mente como provavelmente será o filme para que possamos entender que talvez nós não sejamos parte do público alvo. Por exemplo: talvez Bob Esponja procure atingir crianças e os mais velhos que costumam (costumavam) assistir a série. Eu gosto um pouco de Bob Esponja, mas não o suficiente para ir assistir no cinema, porque eu não assisto a série e a ideia não me atrai muito. Eu não sou parte do público-alvo do filme. Eu gosto sim de vários desenhos voltados para crianças, mas não esse.
O filme Êxodo, na minha opinião, é voltado para alguns gêneros de pessoas: a) quem acredita na importância da Bíblia para os seres humanos; b) quem não leva os textos Bíblicos ao pé da letra, mas extrai sua mensagem; c) quem acredita em Deus e nos personagens históricos/bíblicos, mas não sabe muito bem o que pensar sobre a Bíblia; d) quem diz que “não acredita no Deus da Igreja Católica”, mas acha sim que tem algo governando tudo o que existe; e) quem gosta de filme de histórico; f) quem gosta de filme de batalha; g) quem gosta do Christian Bale; NÃO acho que seja público alvo os seguintes gêneros de pessoas: h) quem é ateu convicto e vai com o intuito de achar defeito nas ideias de Deus que existem por aí; i) quem é religioso convicto e acredita literalmente nos textos Bíblicos, de a a z; j) quem é religioso convicto e acha que Hollywood não tem o direito de tratar de assuntos religiosos e só calunia a Religião; k) quem só aceita filme água com açúcar, comédia barata e filme de luta, tiro e explosão e queria se divertir no cinema; l) quem estava cansado, porque são 2h30 e às vezes cansa sim; m) crianças e adolescente menores de 18 anos.
Como eu sou parte do público-alvo, as chances de eu gostar são bem grandes. Eu acredito na importância da Bíblia para os seres humanos, não levo os textos Bíblicos ao pé da letra. Também não sei muito bem o que pensar sobre a Bíblia. Sou Espírita Kardecista. Acredito que o filme Êxodo é PERFEITO para disseminar a mensagem e moral Cristã, agradar aquelas pessoas que acham baboseira o mar simplesmente abrir em dois contra qualquer lei da Física. Os fenômenos milagrosos da Bíblia acontecem no filme com uma certa explicação científica, o que pra mim faz com que muitos que rejeitam a Bíblia, por conter acontecimentos que vão contra a lógica das leis naturais, passem a “dar uma chance” para a mensagem que ela traz. Na minha opinião, o Deus retratado nesse filme de Ridley Scott faz jus ao Deus BONDOSO, que deseja que seus filhos sejam LIVRES da escravidão (que se instalava na região há 400 anos!), do ódio, do orgulho, da ambição. É um Deus JUSTO, que dá a oportunidade para as pessoas aprenderem por experiência própria, por entrega, por fé, por alegria e, em ÚLTIMO CASO, por sofrimento! Não é ruim, não é malvado. O faraó começa a passar PELOS MESMOS sofrimentos que o povo, porque ele não é melhor do que ninguém. O povo é humilde, trabalhador, amável com os mais velhos e mais novos, e por vontade de um homem idiota, de pessoas horrendas, o povo sofre. O que Deus deveria fazer então? Como num passe de mágica, soltar a correntinha que prende os escravos? Aparecer pro Faraó e dizer “oiê, tá aqui, eu sou Deus, não só do Hebreus, mas de todos, vamos parar com essa brincadeirinha de escravidão?” E o Faraó diria o quê? “Puxa, uau, desculpa, vamos sim, vou esquecer toda essa bosta de costume de centenas de gerações e ser bonzinho, porque agora eu acredito que a sua vontade é que todos sejam iguais.” NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOO!!!
Os povos tinham COSTUMES, os Egípcios acreditavam que a vontade dos Deuses serviam a eles, e os Faraós eram os próprios Deuses. COMO eles iriam mudar do nada? DEUS NOS CRIOU COM LIVRE ARBÍTRIO! Nós seguimos nossos caminhos desde nossa criação! Ele não faz milagres com as pessoas! Ele proporciona oportunidades atrás de oportunidades para que COM NOSSO ESFORÇO, NOSSA RAZÃO, encontremos o melhor caminho para nós. O “menino” deu oportunidade atrás de oportunidade ao Faraó para esse libertar o povo e baixar a bola na humildade. Mas não. Ele valoriza somente o seu filho, sua esposa, e acima de tudo a SI MESMO! E mata, mata, mata, mata, mata. E Deus deve fazer o quê????? Eu lhes pergunto!
O item 3 é o seguinte: Se o Roteiro não é bom, a responsabilidade não é do Ator, mas do Diretor, Produtor e Roteirista. Se o ator é bom, a responsabilidade é do Diretor. Se a imagem é boa, a responsabilidade é do Diretor de Fotografia. Se o figurino, o cenário e maquiagem são bons, a responsabilidade é do Diretor de Arte. Se o Ramsés é chato, a responsabilidade é do Diretor e Roteirista, não do Ator. Eu achei o ator maravilhoso! Todas as atuações principais para mim foram sensacionais. Se o filme é parcialmente bom, a responsabilidade é de alguns, se o filme é sensacional, a responsabilidade não é só do Ator e nem só do Diretor. É de todos que fizeram. Todas essas funções da equipe técnica para mim também foram SENSACIONAIS.
O item 4 depende da nossa crença religiosa, gosto por gênero cinematográfico, valores morais, se gosta de ver violência ou não, e outras cositas más. Pra mim, teve um pouco de violência gratuita, maaaaaas faz todo o sentido pro filme eeeeee eu sou mais sensível mesmo. Então, rapá, essa é minha resenha crítica. ;-)