Por mais que seja intrigante, de uma forma até meio hipnotizadora e masoquista diante dos problemas que são recorrentes no filme, ele não se sustenta e tem umas soluções extremamente questionáveis. A começar pela maneira com que Raimund encontra o livro e começa a sentir uma verdadeira obsessão pela história do autor, totalmente inverossímil. Além disso, a situação a que ele é submetido, a da garota que tentava se matar é tão jogada de qualquer jeito no filme pra ter uma solução daquelas... preferia até que essa garota inicial ficasse no suspense. Outra: as coisas parecem tão fáceis pra Raimund que a série de coincidências a que ele é submetido em sua busca nunca convencem do lado de cá. Gosto, no entanto, da comparação que Raimund faz ao colocar sua vida frente à vida daquele escritor. É uma mensagem bonita, que se salva em meio a vários equívocos. Tecnicamente, parece filme feito pra TV, com uma montagem estranha. O que dá o tom diferente mesmo são os atores, todos muito bem. Mas claro, se ignorar o fato de todo mundo, até pessoas excessivamente comuns como donos de uma barraca que vende cigarros, na Suíça, em Portugal ou na Espanha, falarem inglês. Como já dizia Glória Perez, cá do Brasil, tem que voar. E aceitar a liberdade poética rs