E se as emoções tivessem emoções? Foi exatamente o que a Pixar fez em Divertidamente. A mesma fórmula de outros filmes do estúdio é usada para falar sobre sentimentos.
O grande acerto é fazer com que um tema tão complexo como a mente se tornasse acessível, principalmente para as crianças. Sonhos, consciente, subconsciente e personalidade são alguns dos fatores presentes no cérebro humano e que foram abordados de uma maneira simples, lúdica e fácil de se entender.
A personagem Riley é sempre mostrada como uma pessoa feliz que é comandada grande parte da sua vida pela Alegria. A Alegria, de certa forma, suprimi as outras emoções. Ela é forçada por ela mesma e pelos outros sentimentos a ser uma liderança e a comandar boa parte do tempo e, assim, tomando o lugar dos outros. O Medo, a Raiva e a Nojinho tem seus momentos de protagonismo e ajudam Riley a construir sua personalidade. A Tristeza é a que é mais deixada mais escondida.
A ausência da Alegria e da Tristeza na sala de comando demonstra exatamente isso. Tudo desmorona e as coisas saem do controle. Riley altera seu comportamento e se torna uma pessoa diferente. Ambas emoções não precisam ser completamente opostas, elas podem se complementar, assim como os sentimentos.
Essa tristeza repreendida pela Alegria é exposta quando Riley volta para a casa após tentar fugir. A mudança para São Francisco não a deixa contente. A Alegria tenta contornar as situações criando expectativas sobre as coisas que acabam não se realizando. Nesse momento, a Tristeza tenta se impor, mas é impedida pela Alegria. Riley quer a disfarçar que se sente triste forçando momentos felizes. Talvez, isso seja um principio de depressão.
O filme passa a mensagem que é normal se tristeza em alguns momentos. Ela também ajuda a formar a personalidade e a superar determinadas coisas. Ninguém é feliz e alegre o tempo todo, e nem triste. Às vezes só é preciso sentir-se triste para voltar a ser feliz novamente.