O DOADOR DE MEMÓRIAS
No futuro, não há mais dor, guerras ou fome. Tudo - do clima ao trabalho, da alimentação às relações sociais, é controlado pelo Estado. Todos os habitantes têm sua atuação profissional determinada por suas aptidões naturais, observadas atentamente ao longo de sua vida. Os sentimentos são suprimidos através de drogas injetadas diariamente. Ao completar 18 anos, têm seu destino revelado em uma grande cerimônia pública, comandada de modo eficaz por Meryl Streep. Cujo é escolhido o receptor de memórias. Fica a cargo da figura do Doador (Jeff Bridges) a função de guardar todas estas memórias de um passado marcado por guerras e violência, mas também por alegrias, festas, casamentos e tudo o mais que o nosso mundo oferece.
O filme, que é dirigido por Philip Noyce (Jogos Patrióticos, O Americano Tranquilo), ganha, a partir daí, certo fôlego, com mais cenas de ação, fazendo o filme parecer um pouco com seus parentes mais próximos (Divergente, Jogos Vorazes). E também, é claro, há a inclusão da perspectiva romântica, com a descoberta por parte do garoto de sentimentos como o amor, paixão. Tais sentimentos são direcionados a sua grande amiga, interpretada pela bela Odeya do Rush. Sem dúvida alguma, a segunda parte da história consegue agradar bem mais aos adolescentes, que ainda ganham de bônus a aparição da personagem Rosemary (filha do Doador), interpretada por ninguém menos que Taylor Swift, ícone da cultura pop adolescente.
A fotografia e toda a direção de arte de O Doador de Memórias merecem destaque. Era de se imaginar que todo o trabalho com a fotografia do filme seria importante, já que nas comunidades concebidas, não há a diversidade de cores, então predomina o preto e branco, que acaba criando uma atmosfera simples e uniforme, condizentes com a estrutura social vigente. A medida que Jonas adquire as memórias passadas e um novo mundo lhe é apresentado, as cores tomam forma.
Contudo a parte realmente falha do filme é o enredo, que deixa em aberto vários pontos que precisam de explicação, para suprir tal falha o diretor Phillip Noyce optou pelo uso de montagens em vídeo para ilustrar o que faltou em palavras, apesar de boa saída, não funcionou tão bem, o que acabou deixando a trama mais rasa do que deveria ser, os atores Katie Holmes e Alexander Skarsgard tiveram uma atuação apagada.
O filme é filosófico, te faz pensar e refletir sobre o que realmente vale a pena fazer em um mundo sem guerra mais também sem sentimentos, é preferível um mundo com amor mais com seus problemas de violência? ou um mundo de paz em preto e branco sem sentimentos???
O QUE VOCÊ FARIA SE PUDESSE MUDAR ISSO???