A tensão do combate e do dia a dia estressante e a vida claustrofóbica dos militares em submarinos já foi romantizado inúmeras vezes no cinema ao longo dos anos. Temos Das Boot - um filme alemão de competência assustadora, Caçada Ao Outubro Vermelho - um dos maiores clássicos do gênero e do Sean Connery, K-19: The Widowmaker - o mais eletrizante de todos até então, U-571 (não bastava ter Matthew McConaughey e Bill Paxton, ainda tínhamos o Bon Jovi), alem de inúmeros outras produções com menor reconhecimento. O que havia de mais interessante nos filmes citados era o modo em como tantos membros de elenco em um espaço tão mínimo e angustiante formado por ferro, aço, sonares e sistemas de rádio conseguiam transpassar tanta atividade, tensão e ação ao mesmo tempo, alem é claro de diálogos convincentes e assuntos bem abordados e retratados ao espectador, como consciências políticas, espírito de liderança e o sentimento de que cada personagem era um ser humano único, com seus medos, ambições e angustias pessoais.
O que Hunter Killer nos entrega é apenas mais um filme de ação, com roteiro pobre, direção preguiçosa e um elenco que - apesar de conter nomes de peso como Butler e Oldman - não conseguem convencer em momento algum - salvo alguns momentos de pico de performance da parte de Oldman, mas nada alem disso. A história é simples e possui duas vertentes: 1 - Localizar um submarino americano desaparecido em águas estrangeiras e desconhecidas. 2 - Resgatar o presidente Russo de um golpe de Estado e assim prevenir uma nova guerra entre potências,
Seria uma boa ideia, não fosse a incoerência contextual. Num filme que aborda uma tensão pós guerra fria não conter referencias sobre o episódio da história foi no mínimo preguiçoso. As cenas de tensão são até bem executadas - destaque para o combate dos submarinos no terceiro ato do filme. - O problema é como essas tensões são resolvidas, parece que o roteiro foi argumentado pelo sobrinho adolescente do diretor, furos de roteiro não faltam e o filme acaba com aquele sentimento de "O que foi isso, meu Deus?"
Em resumo: um filme tragável, porem logo esquecido. Não acrescenta muito mas rende alguns minutos de adrenalina e diversão. Uma boa pedida para o ultimo filme de um domingo a noite.