Embora classificado como terror, “A Mulher de Preto”, lançado em 2012, conta com, em maioria das cenas, suspense. Representa brilhantemente a classe dos filmes do gênero atuais com a incrível produção e efeitos especiais. Aliás, infelizmente, o cuidado com a iluminação, imagem e figurino foram maiores que o cuidado com a própria história. Longe de ser um filme ruim, mas ainda alguns detalhes técnicos deixaram a desejar.
A história, embora surta efeito a quem assiste, é incompleta, mal explicada durante a trama. Embora á metade do filme consigamos compreender o que se passa, a explicação chega até nós de modo mediano, não é bem articulada. Assistindo a uma segunda vez o telespectador consiga talvez entender de fato o enredo. E a própria história é fraca, mesmo depois de explicada. Isso em partes técnicas. “A Mulher de Preto” garante bons sustos e suspense ao amante do gênero, não decepciona a quem assiste. E isso é permitido graças á excelente produção e direção, que garante excelente iluminação, cenário e imagem. Acredito eu que, nesse quesito, tenha passado á frente de filmes como “Invocação do Mal” e “Annabelle”. Os créditos certamente devem ser considerados. Outro ponto positivo no enredo é a quebra do clichê que outros filmes não conseguem: como e onde se desenvolve a história. Estamos falando de um advogado (Daniel Radcliffe) que viaja á trabalho para resolver a papelada de uma mulher falecida. Chegando na cidade, descobre que há mistérios e segredos sombrios. Houve a quebra da barreira tradicional, de uma família que se muda para uma casa e é assombrada pelo espírito já presente.
O elenco foi muito bem escolhido e trabalhado, embora haja pequenas falhas nos diálogos, que os enfraquecem um pouco. É possível notar somente com um pouco mais de atenção. Daniel Radcliffe, não a primeira vez que surpreende em seus trabalhos, interpretou brilhantemente Arthur Kipps, demonstrando a coragem, porém também o medo. No geral merece aplausos, e há o destaque para o companheiro de Arthur Kipps, Mr. Daily (Ciarán Hinds), fundamental na trama, muito bem interpretado. Por sua vez, a trilha sonora contribui para o suspense que o filme apresenta, já que é maravilhosa. Diria que a trilha sonora ideal para esse gênero. Se nivela á trilha sonora de “Invocação do Mal”.
O destaque na produção com certeza é a qualidade do foco e das imagens, em alta resolução. O cenário também é muito bem trabalhado e realista, com um toque sombrio natural, não forçado.
Esperava-se mais da trama em si. É um suspense, não terror. Os movimentos com as câmeras, em alguns momentos, não são agradáveis. No entanto, é um filme que eu recomendaria. Não para críticos ou telespectadores mais exigentes, mas para amantes de terror, ainda que suspense. E o que melhora, certamente, é a atuação do elenco. Daniel Radcliffe provou o talento, tanto em filmes de ficção, como terror/ suspense.