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    O Preço do Amanhã
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    O Preço do Amanhã

    TEMPO É DINHEIRO

    por Roberto Cunha

    Se você nunca deu muita bola para expressões como "perda de tempo" ou "tempo é dinheiro", prepare-se para encarar uma história onde elas fazem muito sentido.

    A trama se passa em um futuro não muito distante onde as pessoas foram mofificadas genéticamente para viver até os 25 anos. Daí em diante, algo pode ser feito para driblar essa programação, mas para isso acontecer é preciso ganhar tempo - literalmente - e a tarefa não é das mais fáceis, uma vez que a sociedade é bem dividida entre os pobres, que trabalham, e os ricos, dominantes.

    Dentro deste contexto, que flerta com a tão sonhada busca pela imortalidade, Will (Justin Timberlake) é um trabalhador que segue a máxima de viver um dia após o outro. Só que ele recebe uma "doação" inesperada e se torna alvo de uma organização que controla o tempo. Revoltado com uma perda afetiva recente, ele se rebela contra o sistema, passa a questionar a divisão de classes e sequestra a filha rebelde (Amanda Seyfried) de um poderoso magnata.

    Meio que vitimada pela Síndrome de Estocolmo, a jovem passa a se identificar com a causa dele, lembrando que "os pobres morrem e os ricos não vivem". Cheio de detalhes, como uma região chamada de Greenwich, numa possível alusão ao meridiano que divide o planeta, e ainda uma curiosa inversão de papéis tendo bandidos chamados de Minutemen (heróis da revolução americana), fica nítido que muitos pontos poderiam ter sido melhor trabalhados.

    O roteiro de Andrew Niccol (O Senhor das Armas), que também dirigiu e produziu, é amarrado, mas tem uns fiapos soltos com as várias licenças criativas e de tempo (sem trocadilho). São elas que permitem que os heróis façam coisas impossíveis, como ele fingir ser um segurança, sendo o único com barba por fazer, ou ela atirando com precisão sem nunca ter pego numa arma. Não dá, né? Bobeiras que poderiam ser evitadas e essa última parece ter sido falha de edição, porque numa sequência seguinte ela aparece dando uma treinada. Se não é, parece erro de montagem.

    Ainda assim, a produção funciona como entretenimento, ofertando perseguições (a pé e motorizada), tiros, lutas, entre outras coisas do arsenal do gênero. Os efeitos especiais são modestos e os carros ligeiramente modificados com o ronco de motores lembrando um zumbido. Falando em veículos, Will visita uma loja e encontra dois clássicos: um Citroên DS (conhecido como Boca de Sapo) e um Jaguar E-Type.

    No elenco de rostos conhecidos com pequenas participações, como Alex Pettyfer e Johnny Galecki (da série Big Bang Theory), destacam-se Olivia Wilde protagonista de uma bonita cena de emoção e suspense logo no início e Cillian Murphy, que faz um dos vilões.

    Tendo como pano de fundo influências dos clássicos Fuga no Século 23, dos famosos bandidos Bonnie & Clyde e até Robin Hood, O Preço do Amanhã está longe de ser uma obra-prima, que você precisa ver hoje, mas é boa diversão. Daquelas pagas com dinheiro e tempo (dentro da sala), mas sem arrependimento porque encontrou distração.

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    Comentários

    • Paulo R.
      Gostei bastante, ação com elementos bem interessantes de futurismo e tecnologia, até que Justin Timberlake mesmo sem ser um grande ator segura bem seu papel, e é daqueles filmes que envolvem porque está sempre acontecendo algo, e mesmo com alguns deslizes pequenos de roteiro, o filme é capaz de expressar sua mensagem bem, bom elenco também, Cillian Murphy de vilão é sempre uma ótima sacada, 8,0/10
    • Rodrigo de Castro Dias
      A crítica pegou muito leve. O filme é PÉSSIMO. Nada funciona: roteiro, edição, atuações... e as sequências de ação são muito magrinhas para sustentar um filme tão carente em questões fundamentais. A premissa do filme é até interessante, mas foi dolorosamente mal executada. Em suma, o filme que trata tempo como dinheiro me deixou mais pobre, pois gastei quase duas horas inutilmente
    • Tatiana Paiva
      E você acredita nisso mesmo?
    • Gilson Shogun
      não ia existir vagabundo!!!
    • Fabiano L.P.
      Esse filme segue muito a linha do diretor e roteirista Andrew Niccol, é tipo um antecessor da série black mirror. Ou seja, ele analisa o impacto e deformação nas relações humanas a partir de inovações tecnológicas, neste caso a biotecnologia aliada a um sistema de capitalismo financeiro. Além de seguir a linha do pouco recurso no bolso, uma câmera nas mãos e uma ótima ideia na cabeça... Vale a pena assistir ANON O SENHOR DA GUERRA'', GATTACA, O SHOW DE THRUMAN, ETC.
    • Fabiano L.P.
      Eu achei a comparação perfeita, ou quase. Quanto do nosso tempo e saúde não são gastos para se ganhar dinheiro para podermos comprar itens e serviços básicos de sobrevivência nessa sociedade? Fora a especulação financeira, muito atual nessa fase do capitalismo financeiro, onde os juros te arrancam até as cuecas (vida). Ademais é muito mais relacionado à um futuro distópico do avanço da sociedade capitalista e a noção de controle populacional. Do ponto de vista capitalista, é a sociedade perfeita, ou seja, quem não produz, morre.
    • Rosa
      É um filme realmente maravilhoso que te leva à reflexão. Isso pra quem realmente consegue entender a mensagem que ele passa.
    • Lucas5ilva
      Pelo jeito, quem nunca ouviu falar de inflação foi você. meu comentário foi baseado em um PAÍS DE VERDADE, onde a poupança rende juros reais, muito acima da inflação, não nessa bosta de país que vivemos, e a comparação continua descabida, o sistema não precisa dessa desvalorização constante pra se manter de pé, haja visto que países com alta inflação são os primeiros a colapsarem em uma crise, ou seja, o sistema inflacionário é insustentável.Veja a cena a qual mostra que quando os mais pobres receberam o tempo extra pararam de produzir.mais uma prova de que a analogia do filme não bate com a realidade, os mais pobres pararam de produzir quando receberam tempo extra, se tivessem recebido dinheiro, correriam pra gastar, mas como recebem em horas de vida, economizam ao máximo para viver mais.
    • Marcelo Barbosa
      Lucas, você parece que nunca ouviu falar de inflação que se você parar para pensar é algo que desvaloriza o dinheiro. Ademais as correções da poupança aqui no Brasil não cobrem sequer a inflação haja vista que seria uma contradição no que se refere à macroeconomia, pois estimularia a especulação em detrimento da produção colapsando assim a economia. Percebe que o sistema realmente precisa dessa desvalorização constante (quiça somente em moedas de países em desenvolvimento) para se manter de pé? Ao meu ver o filme faz uma excelente alusão ao sistema capitalista e critica o socialismo sobretudo no quesito produção. Veja a cena a qual mostra que quando os mais pobres receberam o tempo extra pararam de produzir.
    • Lucas5ilva
      Eu assisti sim, mais de uma vez se quer saber, a comparação da moça acima do filme com a nossa sociedade atual é completamente retardada e descabida, tipica de gente preguiçosa que acha que o mundo deve alguma coisa para ela.
    • Danilo Domingos de Sousa e Sil
      parece que vc não assistiu o filme , só viu o trailer
    • Lucas5ilva
      Nem de longe, dinheiro se você não gastar ou colocar numa poupança, ele vai ficar lá por anos, nesse filme, se você não gastar o tempo, ele se perde do mesmo jeito!
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