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    Zarafa
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Zarafa

    História universal

    por Lucas Salgado

    A animação franco-belga Zarafa tem como principal diferencial aquilo que os desenhos animados americanos deixaram de oferecer nos últimos tempos, salvo raras exceções, muitas delas da Pixar. O filme traz um assunto sério e trata a criança não apenas como uma pessoa que gosta de figuras pequenininhas, amarelinhas e com apenas um olho. Se a criança, nos anos 40, era capaz de absorver a morte de uma figura importante em Bambi, por que seria diferente nos anos 2000?

    O longa trata de escravidão, preconceito e crueldade, e o faz de forma eficaz, não evitando temas espinhosos. E mesmo assim é voltado para um público infantil. O adulto, é claro, também aproveitará, afinal a mensagem de amizade e superação é universal.

    Maki é um jovem de apenas 10 anos que é capturado para ser vendido como escravo. Ele consegue fugir e acaba no meio de uma horda de girafas, onde desenvolve uma bela amizade com a jovem girafa Zarafa. Após uma série de problemas, Maki se vê obrigado a seguir um Hassan, um senhor acostumado com a vida no deserto que captura Zarafa para dá-la de presente ao rei da França.

    A partir daí vivemos uma simpática jornada, com algumas reviravoltas e muita delicadeza por parte dos diretores Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie. O primeiro, por sinal, também é responsável pelo roteiro da produção, que abre espaço para momentos divertidos e tristes quase que ao mesmo tempo.

    Um dos pontos positivos do texto de Bezançon é a brincadeira com práticas modernas, por mais que a história se passa em uma época muito distante. É curioso ver um vendedor oferecendo leite desnatado, pasteurizada etc. O mesmo acontece quando personagens discutem meios de transporte e brincam sobre classes de voo, como a executiva e a econômica.

    A técnica de animação é bem simples, mas o lado amador acaba servindo em prol do filme, surgindo como algo quase artesanal, que não tem muita beleza, mas tem muito coração. E Zarafa é justamente isso: coração. Tem suas falhas, como um final pouco impactante, mas ainda assim trata-se de uma experiência válida.

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