Este trama tem como principal objetivo, a superação das inseguranças dos personagens. A busca da sua verdadeira identidade. Dito isto, o que realmente funcionou neste filme foram os pequenos símbolos que refletem esse estado de “ânimo” dos personagens. Por exemplo, a escola representada em arquitetura grega, filmada em um leve contra-plongée, nos indica um lugar histórico, do passado, mas ao mesmo tempo sua história está muito presente na vida de todos. Ainda, a representação do “golden Jet” ou “jato dourado” em tradução livre, como símbolo de vitória e sucesso, servindo de inspiração e motivação para conquistar algo.
Contudo, apesar da historia ter um grande potencial, a narrativa foi mal colocada. Primeiramente, o tema da bullying, muito atual e um tema muito sério, foi transmitido como um clichê. É um menino gordo e nerd que é rejeitado, vítima de brincadeiras maldosas que depois se dá bem na vida e se torna um garanhão musculoso. O cara mais popular, esportivo, e bonitão, entra em um declínio, sendo um fracasso na sua vida profissional. Será que já não vimos algo assim antes?
Além disso, é a impressão de que o filme tentou desesperadamente ser engraçado, o tempo todo. Foram vários recursos visuais utilizados ao mesmo tempo, que não atribuíram um efeito natural à comédia. As elipses foram exageradas, alguns movimentos de câmara para criar tensões ou efeitos cômicos não funcionaram. As cenas de ação foram mal executadas e os sucessivos tiros para o nada é outro clichê mal resolvido. (porque, por serem agendas da CIA, eles conseguem atirar uns aos outros com balas que nunca atingem ninguém).
As piadas são tão sem graça, sem sentido e nada inteligentes, que chega a ser de mau gosto. Como, por exemplo, a cena em que mostra a forma como Bob Stone (Johnson) tenta fazer com que Joyner (Hart) confesse que ele queria ser pai simulando a queda do avião, ou então a cena do discurso do próprio bully Trevor (Bateman) que foi bem maldosa e tentou passar um tom cômico desnecessário. Podemos citar também a cena que a agente Harris (Ryan) tortura Johnson por horas, mas se desculpa dizendo que não foi “nada pessoal”, entre outros.
Por fim, os personagens também foram interpretados de uma forma muito exorbitante: Bob Stone (Johnson) é o machão com um lado tão emotivo que chega a ser infantil, dando a impressão até de um nível de burrice do personagem; Joyner (Hart), por outro lado, grita o tempo todo e não consegue tomar um atitude séria sem surtar.
O filme, em seu conjunto, resultou em uma comédia forçada com uma história de espionagem muito mal desenvolvida.