Filmes considerados "clássicos" são sempre um problema, pelo menos para mim, pois a expectativa é alta por conta dos anos que você passa ouvindo falar sobre eles, de como eles são perfeitamente escritos, dirigidos e com interpretações magníficas, mas na hora do vamos ver - literalmente - eles não são tudo isso, no entanto, graças a Deus, esse não é o caso de O Poderoso Chefão.
É incrível como o Don Corleone, de Marlon Brandon, se tornou o ícone da trilogia, então, foi surpreendente, a medida que o filme avança, descobrir que a trama não é sobre um homem poderoso e perigoso e, sim, sobre a transformação de um jovem membro da família que luta para se desvencilhar dos negócios que acompanha o seu nome desde o nascimento.
A atuação de Brandon sempre foi muito aclamada nesta obra de Coppola, não tem como negar que a sua presença é realmente muito marcante e importante para o enrendo. Mas, não tem como deixar passar a atuação de Al Pacino. É difícil fazer a transição de um bom moço para um homem perigoso e imprevisível e o Al Pacino consegue fazer isso perfeitamente.
O Michael Corleone que vemos no início do filme, doce e atencioso com sua namorada, se torna um homem frio, calculista e perigoso diante dos nossos olhos, que fará de tudo para proteger o legado de sua família. São poucos que conseguem fazer sumir os traços delicados de seu rosto e transformá-los em algo ilegível e impiedosos.
Tudo nesta história se encaixa perfeitamente, graças ao enredo e ao elenco que compõe toda a produção. E como já mencionado anteriormente, este não é um filme de um homem só, mas de transformação e legado.