e, tem um aspecto belo no cinema, com toda certeza que é a metamorfose. A entrega de um ator a determinado papel, a compreensão que a mudança estética é importante para o entendimento e visão de um personagem é simplesmente fantástica, pois, você fica lá, olhando e olhando, você conhece aquele cara, mas não é a mesma pessoa, não é ele. Não pode ser.
Pois é, é assim que fiquei quando assisti pela primeira vez Clube de Compras Dallas. Matthew McConaughey está irreconhecível para viver o cowboy durão diagnosticado como HIV positivo. Além disso, possivelmente, não foi ele quem fez o filme, não consigo acreditar que é ele vivendo o travesti Rayon. Nada mais justo os dois terem ganhado o Oscar de melhor ator e melhor ator coadjuvante.
Mas, na bem da verdade, a metamorfose não se restringe a mudança física dos atores. Acredito que a história é uma verdadeira metamorfose. Baseada em fatos reais, a vida do cowboy Ron, está em constante mudança que começa na doença, encaminha para a morte, vai para o fim do poço, se enxerga uma luz, uma chance, em negócio, um lucrativo negócio, e chega numa esperança para milhões de pessoas nos EUA, contaminados com uma doença terminal, que a poucos anos nem sabia que existia.
São várias as modificações no decorrer do filme, de um cowboy homofóbico a um estreito amigo do travesti-sócio. De um negócio lucrativo, se faz uma chance para quem não tinha nada. E é isso que torna o filme interessante e belo, pois não se segue uma linha tênue com algumas imperfeições, e sim extremos, de oito à oitenta, e não há nada mias humano que essas extremidades.