Violência Gratuita: Recentes críticas

Até 1 hora, o filme é super tenso, superando qualquer filme de terror. Após isso, o filme perde a linha. O diretor fez umas experiências diferentes, mal sucedidas, e não soube concluir bem o filme.

Primeiramente, devo alertar que Funny Games não é para todos os públicos, o longa é bem violento, chocante e realista. Em pessoas mais sensíveis ele pode chocar ou até mesmo perturbar.

No filme, dois jovens simpáticos apresentam-se a uma rica família em férias como convidados de seus vizinhos. Porém, não demora muito para que suas sádicas e verdadeiras intenções se revelem.

A direção do filme é ótima, e é impressionante como o diretor consegue te fazer ficar tenso com qualquer coisa, como por exemplo um simples ato de pedir ovos emprestado.
As atuações também são excelentes e muito realistas, um destaque para a Susanne Lothar que faz a mãe, e Arno Frisch que faz um dos jovens psicopatas.

O filme tem algumas coisas muito criativas, e que funcionam surpreendentemente bem, como quando Paul (interpretado por Arno Frisch ) quebra a quarta parede ou quando esse mesmo personagem, após a mãe da família conseguir matar Peter (parceiro de Paul) simplesmente pega um controle remoto da TV da sala e volta alguns minutos antes no tempo após apertar o botão de back no controle.

Eu achei isso muito original e uma forma de deixar o clima da cena mais leve. A violência do filme é sempre sugerida,nas as cenas mais sangrentas não são mostradas, apenas sugerida através de sons e isso torna a obra um pouco menos pesada graficamente. Além de tudo isso, o filme termina com um final ótimo extremamente pessimista.

No final, Funny Games é um filme brutal, realista e super original.

Para quem tem curiosidade de conferir, o longa se encontra completo e legendado no Youtube.

Vale mencionar, que em 2007 o filme ganhou um remake que eu não vi, mas dizem que é idêntico a versão original e dirigido pelo mesmo diretor, então acho que vale conferir ambas as versões.

Um filme que quebra completamente as convenções dos filmes do estilo invasão domiciliar,Funny Games de Michael Haneke trata o sadismo do espectador contemporâneo de maneira sagaz e crua.

Quando ligamos nossa TV temos um vislumbre da situação caótica em que vivemos,há uma cena onde um dos delinquentes liga a TV e nela só tragédias estão passando.O mundo é de fato muito violento,aos poucos o nosso entretenimento inexplicavelmente também é violento,e Funny Games muito diferente dos filmes de terror do estilo invasão domiciliar faz o que nenhum outro costuma fazer:Não ser explícito.É estranho falar que o filme não é explícito mesmo sendo chocante,e é aí que a mestria de Michael Haneke entra.

O diretor opta por longos planos monotonos onde o peso interpretativo é que importa,ao fazer esses longos planos ele dá vida aquele filme,ele coloca o espectador em uma situação desconfortante já que o filme parece desaparecer e que estamos vendo de fato uma família sofrer.Nunca vemos uma violência extremamente gráfica,o que temos são pesos interpretativos e longos diálogos e planos que parecem chocar mais do que uma mera "violência gratuita".O comentário que o Haneke oferece é muito válido nos dias de hoje e ele usa a quebra da quarta parede de maneira diferente do convencional onde os delinquentes pedem soluções ao espectador.

As interpretações são muito fortes aqui,o Haneke presa muito pelas interpretações,os personagens de fato não tem meras atitudes ou reações bobas,é tudo muito convincente e incrivelmente doloroso e ver o sofrimento dessa família.Mesmo que o Haneke não tivesse intenção de transformar o filme em um terror,ele alcança um nível próximo á tal,as cenas dos ovos e do garoto correndo são muito tensas,há uma atmosfera de que algo ruim irá acontecer,esse presságio é muito bem trabalhado pelo diretor.

Funny Games é um retrato de um público sádico que busca mais violência para se entreter.Mas o filme não cai na área do que crítica,ele traz elementos de quebra de quarta parede e nunca apela para uma violência explícita para chocar o público.Haneke faz isso com maestria e implementa longos planos que enfatizam as fortes interpretações e cria uma atmosfera muito imersiva.

PS:Destque para a cena inicial que tem um ótimo uso da música.

"the funny games" é um soco no estomago, e a gente merece isso, ele de faz acreditar que vai ser só mais um daqueles filmezinhos de terror clichês, família vai pra casa afastada, tem um psicopata...não, aqui não, o ótimo diretor michael haneke quer que você apanhe, aqui veremos uma família ser torturada física e psicologicamente por nada, essa família é o nosso reflexo ao consumirmos porcarias, pois o filme é um paradoxo, ele realmente se trata como um filme, com direito a pausas e retrocessos de cenas, inclusive com a quebra da quarta parede,e quem está vendo esse filme? nós e a família. É uma critica genial, inclusive na cena mais importante do filme, o primeiro angulo da câmera é mostrar a TV suja de sangue, Haneke é muito simbólico, complexo e inteligente em sua critica, pois ele não quer apenas criticar para você se esquecer daqui a 1 semana, não, Haneke coloca cenas pesadas, embora não explicitas, mas elas não precisam ser explicitas, pois você não vai esquecer do filme tão cedo. Tecnicamente o filme é muito bom, com claras referencias a laranja mecanica, Haneke tenta construir o alexander delarge dos anos 90, ele não consegue, mas Peter é um personagem espetacular, ele quebra a quarta parede, ele manipula o filme, manipula peter e manipula a gente, alias, todas as atuações são ótimas, com uma fotografia extremamente limpa e uma trilha sonora sensacional, mostrando musicas clássicas e contraponto com Heavy Metal. Temos aqui um filme de qualidade notável, com um critica muito inteligente e tecnicamente muito eficaz, vale a pena levar esse soco no estômago.

intrigante e bem perturbador,e um filme que você odeia os personagens por não terem o sangue um pouco mais frio.