Astro de A Lista de Schindler passou anos estudando para papel que acabou abandonando.
Como já dizia Charlie Brown Jr. em "Lutar Pelo Que É Meu", "cada escolha, uma renúncia, isso é a vida". Este talvez seja um dos grandes baratos da vida em amadurecer: entender que qualquer ato tem sua consequência. Quem sentiu na pele, da maneira mais amarga, o saldo negativo de uma decisão foi Liam Neeson.
O astro de Busca Implacável tem mais de 190 projetos, sem contar as 10 produções que ainda não saíram, poderia ter um pontinho brilhante em seu currículo: um possível Oscar por um trabalho com ninguém menos do que Steven Spielberg.
Na Netflix: O filme estrelado por Liam Neeson que não deixa você levantar do sofáCotado para estrelar Abraham Lincoln na cinebiografia do renomado cineasta, o ator foi abordado pelo realizador anos antes para que colaborassem no projeto. Ele chegou a passar anos estudando documentos históricos sobre o 16º presidente dos Estados Unidos, mas teve seus planos frustrados quando Tony Kushner entrou na produção com a missão de reformular o roteiro.
A nova ideia era apresentar uma biografia mais ousada, fugindo dos padrões do gênero. No entanto, seguir por um caminho tradicional era justamente o plano de Neeson. O impacto veio na mesa de leitura. "Pensei: 'Não deveria estar aqui. Isso acabou. Já passei da minha data de validade. Não quero interpretar esse Lincoln. Não posso ser ele'", lembrou o ator em entrevista à GQ.
Para ele, a nova versão do roteiro não correspondeu ao que ele previa na interpretação do personagem histórico, além de acreditar que não estava de acordo com as expectativas de Spielberg. Assim, abandonou o projeto.
Depois do episódio, o artista passou a abraçar outros tipos de narrativa, cada vez mais distantes do que poderia ter sido ao lado do renomado diretor. A consequência disso, em termos práticos, foi que o substituto de Liam, Daniel Day-Lewis, venceu o Oscar pelo filme.