"Eles me ignoram, eu os ignoro": Por isso Denzel Washington não vota no Oscar há 25 anos
Giovanni Rodrigues
-Redação
Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

O astro de Gladiador 2, Denzel Washington, já tem dois Oscars em sua prateleira, mas há 25 anos se recusa persistentemente a votar como membro da Academia para seus colegas. A culpa é de Kevin Spacey.

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Quando atores ou cineastas são suficientemente conhecidos, geralmente são convidados a se juntar à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que concede o Oscar ano após ano. Naturalmente, Denzel Washington também é membro - e mesmo assim, há 24 anos (!), ele se recusa a participar ativamente da votação. O que aconteceu?

Não se pode dizer que Denzel Washington seja ignorado pela Academia: depois de ter sido indicado em 1988 por seu papel coadjuvante em Um Grito de Liberdade, ele recebeu a estatueta pela primeira vez dois anos depois pelo drama de guerra Tempo de Glória. Em 1993, o astro de Gladiador 2 pôde mais uma vez esperar por uma das cobiçadas estatuetas douradas por sua interpretação de Malcolm X no filme biográfico de mesmo nome, mas perdeu para Al Pacino (que ganhou por Perfume de Mulher).

No entanto, não foi essa perda que abalou para sempre sua relação com o mais importante prêmio do cinema. Em 2000, o ator viajou novamente para o Oscar porque foi indicado como Melhor Ator Principal pelo drama biográfico esportivo Hurricane (um filme do qual ele se orgulha particularmente, segundo suas próprias palavras). Washington interpreta o campeão mundial de boxe Rubin Carter, cuja carreira é ofuscada por acusações de assassinato, e por isso ganhou, entre outros prêmios, um Globo de Ouro e um Urso de Prata.

Denzel Washington perdeu - e por isso está ofendido até hoje

Os concorrentes do ator de 70 anos no Oscar naquela época incluíam Russell Crowe (O Informante), Richard Farnsworth (Uma História Real), Sean Penn (Acordes do Coração) e Kevin Spacey (Beleza Americana). Washington deve ter tido muita certeza de que seguraria o troféu em suas mãos - mas, como sabemos, Spacey saiu vencedor. O astro de não superou isso até hoje, como admitiu em entrevista à Variety:

"No Oscar, eles chamaram Kevin Spacey por Beleza Americana", disse Washington. "Lembro-me de me virar e olhar para ele, e ninguém além das pessoas ao seu redor se levantou. Todo mundo olhou para mim. Talvez não tenha sido assim, talvez eu só tenha percebido dessa forma. Talvez eu só tenha imaginado que todos os olhares estavam voltados para mim, porque por que todos olhariam para mim em um momento como esse? Em retrospecto, não acho que tenha sido o caso".

Mas não acabou por aí: "Passei por um período em que [minha esposa] Pauletta assistia a todos os filmes do Oscar. Eu disse a ela que não me importava. Eles me ignoram? Então eu os ignoro. Deixe-os votar e assistir aos filmes uns dos outros. Eu não os assisto. Eu desisti. Fiquei amargo".

Apenas 2 anos depois, Washington ganhou seu segundo Oscar

Washington afirma que não se trata do fato de Spacey ter ganhado "seu Oscar". No entanto, suas declarações dificilmente podem ser interpretadas de outra maneira. Especialmente porque Washington certamente não foi ignorado nos anos seguintes: em 2002, ele recebeu seu segundo Oscar por Dia de Treinamento, e foi indicado mais quatro vezes (incluindo pelo drama Um Limite Entre Nós, que ele mesmo dirigiu e que também estava na disputa de Melhor Filme).

*Conteúdo Global do AdoroCinema

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