Críticas AdoroCinema
1,5
Ruim
Condado Macabro

Ficou na ideia

por Lucas Salgado

Uma misteriosa casa de campo alugada por cinco jovens se transforma no palco de uma chacina. Ao mesmo tempo em que vemos o que realmente aconteceu ali, acompanhamos o depoimento de um palhaço, tido como principal suspeito do crime. Aos poucos, vamos descobrindo que a situação é muito mais complexa do que parecia.

Dirigido por Marcos DeBrito, Condado Macabro é pensado como um filme de terror americano dos anos 80, só que feito no Brasil do século XXI. A concepção do projeto é interessante, e o cineasta realmente consegue criar uma obra atrativa visualmente, com cortes bruscos de montagem e com artifícios interessantes, que, por exemplo, simulam defeitos de um rolo de filme. 

A ideia era realizar uma espécie de Grindhouse brasileiro, o que é muito legal. Por um lado, a ideia é bem executada e o longa realmente oferece alguns efeitos interessante. Infelizmente, por outro lado, o longa falha naquilo que é mais importante: construir uma narrativa que prenda a atenção do espectador.

É bacana visualmente? Sim, mas o visual acaba que só enfeita uma história rasa e, pior, com personagens completamente insuportáveis. Como nos filmes que inspiraram a obra, aqui temos um grupo de jovens que desejam um final de semana de festas e acabam se deparando com algo ameaçador.

O próprio gênero pede por personagens estereotipados, mas o problema aqui é outro. Não só são super caricaturais, como ainda são desinteressantes e nada carismáticos. O espectador pode até se interessar para saber como vai andar a história, mas não irá torcer por nenhum personagem em cena. São todos mal desenvolvidos.

Ah, mas ao menos os vilões são bem construídos? Nada disso. A ideia de trazer um palhaço ameaçador é interessante, mas o personagem também não ganha a torcida do espectador. Na falta de um personagem por quem torcer, o público acaba torcendo para o filme acabar.

O elenco conta com as presenças de Leonardo MiggiorinBia GalloRafael RaposoLarissa QueirozFrancisco GasparPaulo Vespúcio Garcia, sem destaques. Gaspar é que se sai melhor na pele do tal palhaço, mas também não é nada de extraordinário. Os jovens até parecem estar se divertindo (muito mais que o espectador). Mas os diálogos são tão fracos e os papéis são tão vazios que não há muito o que salvar.