Críticas AdoroCinema
3,0
Legal
O Sono da Morte

Um pouco de sonho, um pouco de pesadelo

por Lucas Salgado

Conhecido pelos trabalhos em O Espelho e, no ainda inédito, Ouija - Origem do Mal, o diretor Mike Flanagan chega agora aos cinemas brasileiros com seu mais novo filme de terror/suspense: O Sono da Morte. Na verdade, apesar do exagerado título nacional - traduzido de Before I Wake (Antes de Eu Acordar) -, o longa está mais para um suspense do que para um horror. Há bons e verdadeiros sustos, mas a história é mais do que isso.

Pouco tempo após perderem um filho, Jessie (Kate Bosworth) e Mark (Thomas Jane) decidem adotar um garoto. Eles acabam recebendo o jovem Cody (Jacob Tremblay), que havia perdido a mãe e passado por duas famílias antes. Logo nas primeiras noites, o casal descobre que o garoto possui um dom. Seus sonhos se tornam realidade. Inicialmente, os pais adotivos ficam encantados com o "poder", uma vez que Cody acaba sonhando com o filho que eles perderam.

O problema é que os pesadelos de Cody também se tornam realidade. Com isso, Jessie e Mark se verão tendo que enfrentar o horrível Homem Cancro, que está sempre com Cody.

A trama é interessante e a solução é bem desenvolvida. Explica parte do caso, mas também dá margem ao fantasioso. O curioso é que, ao contrário de muitos filmes do tipo, a criança em si não é ameaçadora. Cody é um menino adorável e fofo, numa boa atuação de Tremblay (O Quarto de Jack). 

Se Jacob está bem, o mesmo não se pode dizer do resto de elenco. Não que Kate e Thomas cheguem a comprometer, mas tampouco exibem carisma o bastante para liderar a história. Acaba que o espectador se apega mais ao jovem protagonista.

Flanagan é bom na direção de cenas de tensão. Ele não exageram na trilha sonora e consegue construir uma atmosfera de suspense e ameaça.

O filme é bastante prejudicado por seu final, que parece saído de um game de suspense, com direito a "fases" pela qual um dos personagens principais deve passar. É um bom longa. Mas que pela ideia poderia ser bem melhor. No final das contas, estamos diante da realidade de Cody. A produção por horas é um sonho. Mas também tem seus momentos de pesadelo.