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    Homeland: Artistas contratados para fazer grafitagem escrevem 'Homeland é racista' e frase vai ao ar

    Grafite estava escrito em um muro, e cena foi ar ar no segundo episódio da quinta temporada.

    Homeland é uma série que se destaca pelo teor subversivo e não temer contar histórias que estimulem o diálogo em âmbitos políticos. Após passar quatro temporadas no Oriente Médio, a série protagonizada por Claire Danes colecionou uma série de criticismos quanto à forma que retratava a cultura local. No quinto ano, a produção foi ‘de mala e cuia’ para a Alemanha, mas isso não quer dizer que agora ela esteja longe de problemas.

    No segundo episódio da temporada, que foi ao ar na Showtime no último domingo, algumas grafitagens escritas em árabe apareceram em um muro em Berlim, de um fictício campo de refugiados sírio. Três artistas foram contratados para fazerem a arte na parede, e receberam instruções para serem ‘apolíticos’. Mas Heba Amin, Caram Kapp e Stone decidiram não seguir as regras, e escreveram, entre outras coisas, “Homeland é racista”. O muro em que está a inscrição aparece em uma cena quando Carrie Mathison (Danes) passa por ele.

    Em um comunicado, os artistas explicaram suas posições políticas e o motivo que os levou a hackearem a premiada série:

    "O que há de errado com a mensagem política de Homeland? A primeira temporada explicou ao público americano que a Al-Qaeda é na verdade um braço iraniano. De acordo com a história, eles não só são extremamente próximos ao Hezbollah, mas a Al-Qaeda até mesmo buscou vingança contra os EUA em nome do Irã. Este perigoso fantasma se tornou 'conhecimento' geral, mas foi repetido pela mídia como se fosse um fato. Cinco temporadas depois, o roteiro avançou bastante, mas a propaganda velada não é menos mentirosa. Agora o alvo é liberdade de informação e privacidade disfarçadas de ameaças de informantes, o Estado Islâmico e Shia Islam."

    Eles explicaram, ainda, que o objetivo era de “nos armarmos com slogans, com provérbios que abrem espaço para a interpretação crítica e, caso a chance se apresentasse, fazer críticas diretas à série”, devido às controvérsias do passado. De acordo com eles, a equipe da série estava “muito frenética” para prestar atenção ao conteúdo escrito nas paredes.

    Anteriormente, a produção enfrentou problemas deste tipo devido à sua retratação do mundo muçulmano e do Oriente Médio. Na quarta temporada, oficiais paquistaneses demonstraram o seu descontentamento porque a série sugeria que o governo do Paquistão patrocinava o Taliban. A segunda temporada retratava o distrito de Hamra, em Beirute, repleto de paramilitares e homens armados. Na verdade, o local é uma feira cosmopolita que abriga bares, restaurantes e lojas. A disparidade levou o Ministro do Turismo do Líbano ameçar processar os produtores de Homeland.

    Quando os artistas foram inicialmente contratados para o serviço, eles pensaram em recusar, mas consideraram a oportunidade ideal para demonstrar o próprio descontentamento. As outras grafitagens liam “Homeland NÃO é uma série”, “Não acreditem na situação” e “Esta série não representa a visão dos artistas”.

    Em entrevista ao Deadline, o showrunner Alex Gansa declarou que “Gostaríamos de ter pegado estas imagens antes de irem ao ar. No entanto, Homeland sempre tenta ser subversiva da sua própria forma, e estimular conversas, então nós admiramos este ato artístico de sabotagem.”

    No Brasil, a série é exibida pelo canal FX. A quinta temporada ainda não estreou por aqui.

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