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    SCOOBY! O Filme: Dubladores brasileiros falam sobre o fato de a amizade ser o fio condutor da animação (Entrevista)

    Animação já está disponível para aluguel e compra nas plataformas digitais.

    Contando a origem da amizade entre Scooby e Salsicha, além da criação da Mistério S.A., a animação SCOOBY! O Filme chegou às plataformas digitais nesta quinta-feira (06) para aluguel e compra.

    Com tom leve e divertido, a animação apresenta personagens do desenho clássico e também prioriza a atenção na dupla Scooby e Salsicha. Desde o prólogo que conta ao espectador como os amigos se conheceram até os dois se desvencilharem do grupo original, o foco recai especialmente nesta amizade e no quanto um significa para o outro. Leia a crítica completa do AdoroCinema.

    Aproveitando a estreia de SCOOBY! O Filme no Brasil, conversamos com o time de dubladores que deu vida aos personagens da produção. 

    Guilherme Briggs (Scooby) e Fernando Mendonça (Salsicha) - que dublam os personagens juntos pela primeira vez -, Alexandre Drummond (voz infantil de Fred), Fernanda Barrone (Velma) e Flavia Fontenelle (Dee Dee) falaram com o AdoroCinema sobre a mensagem do filme e as razões pelas quais a animação permanece sendo tão querida pelos fãs. Leia a entrevista abaixo:

    AC: Guilherme, você já disse na internet que não havia conseguido dublar Scooby em outra animação. Então, como foi o processo de dublar Scooby-Doo neste filme e seguir com o trabalho de Orlando Drummond?

    Briggs: No dia do teste de voz eu liguei para o Drummond. Ele foi extremamente carinhoso, desapegado do personagem e, cheio de amor e carinho, falou para eu homenageá-lo, fazer o mais próximo do original. Foi o que eu fiz, mas fui reprovado por conta do pedido das vozes serem próximas ao original. Praticamente dez anos depois, o dublador atual do Scooby-Doo, Reginaldo Primo, chegou para mim em um momento em que eu estava em um momento de descanso de outros trabalhos e disse: "Quero passar o Scooby-Doo para você. Não aguento imaginar que o Drummond não vá um dia vê-lo fazendo o Scooby-Doo. Eu preciso passar o personagem para você. Vou entrar em contato com a Warner e vou pedir isso." Eu chorei, fiquei muito emocionado e ele realmente fez isso. A Warner entrou em contato e eu fiz o teste sob direção da Flávia Fontenelle. Então, fui aprovado.

    AC: Para vocês, o que a história de Scooby-Doo tem de tão especial para ter essa capacidade de conquistar diversas gerações ao longo das décadas - seja no cinema ou na TV?

    Briggs: Uma coisa que acho fantástica é que o Salsicha e o Scooby dominam o medo deles e brincam com os fantasmas, colocam uma peruca no lobisomem, passam batom no vampiro (risos), fingem que são monstros também para assustar os próprios monstros. É a forma deles de lidar com o medo, algo que ajuda as crianças a lidarem com os próprios medos. Eu lembro de quando eu era criança, eu esperava o momento em que eles iriam sacanear os monstros, digamos assim. Era como se eles dessem uma "trollada" nos monstros, usando uma linguagem mais atual.

    Mendonça: Em relação ao que o Scooby tem de especial para ficar tanto tempo na TV, eu acredito que é uma receita de sucesso que foi desenvolvida com mistério, coisas do sobrenatural, muito humor e, principalmente, com uma relação muito maneira entre vários personagens tão diferentes. Temos o valentão, a patricinha, os engraçados, a menina nerd e eles todos são amigos por mais diferentes que sejam. Essa amizade joga a história sempre para a frente.

    Fontenelle: É uma história que mostra que personalidades tão diferentes podem se unir pelo elo da amizade verdadeira. A amizade de infância e todas as suas recordações. Isso tudo misturado a humor, carisma e um toque de mistério e aventura, é a fórmula perfeita! Tem coisa mais genuína do que a amizade entre seres humanos e animais? (risos)

    AC: Já que este projeto está muito conectado à sua vida pessoal, qual é a melhor parte de integrar a equipe de dublagem? Honrar o legado de seu avô, seguir os mesmos caminhos que o dele?

    Alexandre: A melhor parte disso tudo é dar sequência ao legado do meu avô. A essa história do Scooby que, com certeza, é um dos capítulos mais gloriosos e que ele mais tem orgulho na vida. Poder estar junto deste novo capítulo da história, ter meu nome ali dentro desta história enorme, é uma honra e uma grande responsabilidade.

    AC: Além do fato de o filme nos dar informações sobre como o grupo se uniu, na opinião de vocês o que esta animação traz de "novo" para o público (especialmente o jovem)? Qual é o maior atrativo?

    Briggs: Isso é clássico, não vai envelhecer nunca. Toda criança vai gostar muito de comer, brincar, de fantasma, de ter medo... a criança gosta de ter medo e ver até onde vai o limite dela, o adolescente também e os adultos gostam também. E tem a coisa da amizade, que são personagens que você pensa: "Não é possível esse rapaz ser amigo dessa que é nerd, dessa que é mais sociável, esse rapaz valentão, esse cachorro e esse rapaz totalmente desconexo e distraído". Mas eles se juntam e formam uma equipe maravilhosa. São muito diferentes, mas respeitam suas diferenças.

    Mendonça: E o que traz de novo, Scooby! O FILME? Ele traz um visual estonteante, que a gente nunca viu antes na história da Hanna-Barbera. Além disso, traz coisas da infância de muita gente com a pegada nostálgica, Personagens que algumas pessoas tinham até esquecido voltando com uma versão repaginada para a nossa época sem deixar o clássico de lado.

    Fontenelle: A obra mantém aquela fórmula de sucesso com personagens carismáticos e ideias mirabolantes, mas também mostra a origem dessas amizades e por que ela é tão especial. Além disso, tem o resgate de personagens incríveis da Hanna-Barbera, que se reencontram em torno de uma aventura cheia de mistério.

    AC: Fernando, Scooby-Doo já fazia parte de sua vida antes deste trabalho de dublagem? Pessoalmente, o que significa para você seguir com o legado de Mário Monjardim?

    Mendonça: Scooby-Doo na verdade faz parte não só da minha na dublagem, mas da minha vida pessoal. Eu comecei ainda criança a assistir esses desenhos e fiquei fascinado por tudo. Comecei a desenhar, a tentar imitar as vozes porque aquilo era tão legal que eu tinha vontade de ficar ali naquele mundo para sempre. E, a partir daí eu estava fazendo um laboratório para o que eu sou hoje em dia. Tudo isso que eu sou eu devo ao grande mestre, Mario Monjardim. Foi ele que me gerou esse fascínio, foi ele que me motivou sem nem saber - afinal, eu criança e amava o Pernalonga, o Frangolino, o Salsicha... E todos os personagens eram feitos por um cara só. Lembro de pensar: "Quero ser como esse cara".

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