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    A Paixão Segundo G.H: "Fazer Clarice Lispector é mais especial", diz Maria Fernanda Cândido sobre adaptação para o cinema (Entrevista Exclusiva)

    Filme do diretor Luiz Fernando Carvalho tem processo semelhante ao de Lavoura Arcaica para transpor obra literária para a tela grande.

    Obra mais emblemática de Clarice Lispector, A Paixão Segundo G.H. está prestes a ganhar um longa metragem pelas mãos de Luiz Fernando Carvalho. No papel da icônica personagem do título está Maria Fernanda Cândido, que não só se declarou fã da autora, mas também pessoalmente impactada desde a primeira leitura.

    Após meses de ensaios num galpão na Zona Oeste de São Paulo, diretor, atriz e equipe receberam a reportagem do AdodoCinema para uma entrevista exclusiva durante os testes de fotografia. A promessa é de retomada de hábitos clássicos do fazer da sétima arte: "O cinema para mim sempre foi muito ligado à textura da película. Eu preciso da textura da película, desta não realidade, da emulsão do grão. O imeadiatismo do vídeo aniquila o ritual [do cinema]. E, no caso de Clarice, o ritual é tudo", explicou Carvalho. 

    Transposições de obras são sempre complexas, mas quando se trata de Clarice Lispector, o fluxo de consciência presente na palvra escrita representa um desafio a mais. Neste caso, o diretor propôs um método semelhante ao que usou em Lavoura Arcaica, de 2001, e também explicou porque despreza o termo comum para este tipo de processo: "Não acredito em adaptação. Eu trabalho diretamente sobre o livro, é como se o filme fosse uma espécie de resposta à leitura". 

    Para Maria Fernanda, o processo chegou até mesmo a ser árduo às vezes: "Tem sido bastante intenso e rico. A gente acaba se descolando muito da nossa realidade, das nossas atitudes automatizadas. É difícil às vezes". Além disso, a importância da obra faz desta uma missão delicada: "É sempre uma responsabilidade muito grande se aproximar de um personagem, qualquer que seja ele, mas Clarice [Lispector] talvez seja mais especial", contou a atriz.

    No livro e no filme ainda sem data de estreia, acompanhamos a história de uma mulher do bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Depois de demitir uma empregada e decidir fazer uma faxina, ela acaba encontrando uma barata que a direciona para uma reflexão catártica. A reportagem completa você acompanha no vídeo acima. 

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