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    Exclusivo: “O desafio foi retratar ciência, tornando-a plausível para o público”, diz diretor de Horizonte Profundo

    Peter Berg dá indícios de qual poderia ser seu futuro projeto.

    Primeiro, veio O Grande Herói (2014); agora, Horizonte Profundo – Desastre no Golfo; e, em breve, Dia de Heróis (e Mile 22?). Nos últimos anos, dois elementos têm se tornado uma constante na filmografia de Peter Berg (Hancock): 1) o interesse por histórias reais; 2) a presença de Mark Wahlberg no elenco. Ou ambos, como na ficção sobre a explosão da plataforma de petróleo em 2010 que matou 11 trabalhadores (responsável por aquele que é considerado o maior desastre ambiental do gênero) e estreia nesta quinta, 10 de novembro, em circuito comercial no Brasil.

    O diretor não nega. “Eu sou um grande fã do trabalho de Mark Wahlberg e, neste ponto da minha vida, acho que a não-ficção é tão interessante quanto a ficção. Eu sei que nós estamos fazendo um filme, que é entretenimento, não estamos fazendo um documentário, mas, para mim, histórias reais são mais inspiradoras” – diz, em entrevista ao AdoroCinema, na última edição do Festival de Toronto (Toronto International Film Festival, TIFF), em setembro.

    Getty Images/ Alberto E. Rodrigue

    Assim como meio mundo (o mundo inteiro?), foi pela imprensa que Berg tomou conhecimento da tragédia. “Eu vi a reportagem do [jornalístico] ‘60 Minutes’ sobre o derramamento de petróleo, dois anos depois do acidente na plataforma. Eu só conhecia a história como uma história de derramamento de petróleo”. “Na reportagem, eles contaram as 14 horas anteriores à explosão, não falaram sobre as consequências”. “E eu senti que essa história tinha todos os elementos das narrativas que eu gosto de contar”.

    Equilibrar a veracidade dos fatos com a emoção dos personagens não foi fácil, segundo ele. “É como falar sobre cirurgia cerebral ou ciências espaciais. Se você não tomar cuidado, o público não entenderá. Se eu começasse a dar uma aula de álgebra avançada para você agora, você provavelmente iria pegar no sono. Então, o desafio foi retratar ciência pesada, tornando-a plausível para o público”.

    Na linha histórias-reais-que-dariam-um-filme, Peter Berg cita “The Boys in the Boat” (The Boys in the Boat: Nine Americans and Their Epic Quest for Gold at the 1936 Berlin Olympics”, sem tradução em português) como um livro que chamou sua atenção recentemente. “É sobre a equipe nacional de remo de 1936, da Universidade de Washington, que venceu Hitler e os nazistas nas Olimpíadas”. “Esse será seu próximo projeto?”, provocamos. “Não estou dizendo isso”, ele desconversa. “Mas eu gosto da ideia”.

    E, não, nenhum animal foi ferido na realização desse filme, ele garante.

     

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