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    Diário de Cannes: Brad Pitt e Ray Liotta apresentam Killing Them Softly

    Filme marca novo encontro entre o astro e o diretor Andrew Dominik, que já haviam trabalhado juntos em "O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford".

    por Francisco Russo, direto de Cannes

    Brad Pitt já declarou que ultimamente tem preferido se dedicar à tarefa de produtor, já que desta forma pode usar o peso de sua fama para tirar do papel projetos até então engavetados. Foi o caso de O Homem que Mudou o Jogo também estrelado pelo ator, que recebeu seis indicações ao Oscar deste ano. É também o caso de Killing Them Softly, nova parceria do astro com o diretor Andrew Dominik, que está na disputa pela Palma de Ouro no Festival de Cannes 2012. O longa foi exibido hoje de manhã para a imprensa mundial.

    Brad Pitt em Cannes: ator veio divulgar "Killing Them Softly", onde também é produtor

    A história é focada em Jackie Coogan (Pitt), um matador profissional contratado para investigar um assalto ocorrido durante uma partida de pôquer repleta de mafiosos. Os autores do crime são os personagens de Scoot McNairy e Ben Mendelsohn, típicos pé rapados dispostos a ganhar dinheiro fácil sem medir as consequências de seus atos.

    Assim como aconteceu em O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, Andrew Dominik optou por um filme com poucas cenas de ação e muitos diálogos. Estas, entretanto, impressionam pelo grau de violência e pela apresentação sempre estilosa, explorando bastante a câmera lenta e o som. Tudo para deixá-las mais impactantes ao espectador, contrastando também com as várias e longas cenas de conversa entre os personagens.

    Da esquerda para a direita: Ben Mendelsohn, Ray Liotta, Brad Pitt e Scoot McNairy

    Um aspecto interessante é a comparação da história narrada com a crise econômica ocorrida em 2008 nos Estados Unidos. O próprio filme inicia com um discurso de Barack Obama, ressaltando a necessidade de mudança, e a campanha que o elegeu presidente volta e meia surge em cena, através de depoimentos exibidos pela televisão. Tudo para fazer uma forte crítica aos Estados Unidos, numa de suas características mais marcantes: a valorização do lado comercial.

    Em entrevista concedida após a sessão, Dominik revelou o porquê de ter se interessado por personagens que pensam apenas em dinheiro. "É o que conheço dos Estados Unidos, especialmente Hollywood. As pessoas só pensam em dinheiro lá", cutucou. O astro Brad Pitt contemporizou: "Os Estados Unidos também são inovação, integridade e senso de justiça. Entretanto, é preciso proteger estes ideais. Quanto mais poderosa é uma nação, maior é o risco de cometer erros."

    Brincando com o horário da coletiva - "não vamos mais fazer entrevistas antes de uma da tarde, ok?" -, o astro disse que não vê problema algum em interpretar personagens que possuem ideais completamente diferentes dos seus. "Interpretar um assassino me preocupa menos do que um racista. Jackie Coogan procura matar de forma rápida, para que não seja doloroso para a vítima. Trata-se também de uma metáfora ao mundo capitalista, que pode não ter piedade."

    O diretor Andrew Dominik, que trabalhou com Brad Pitt pela segunda vez

    Com distribuição no Brasil assegurada pela Imagem Filmes, Killing Them Softly tem lançamento previsto para 28 de setembro. Logo abaixo você pode conferir um clipe do longa-metragem.

    Killing Them Softly

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