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    "Acho perturbador": A filha de Robin Williams critica o uso da IA para recriar a voz de seu pai, que morreu em 2014
    Nathalia Jesus
    Nathalia Jesus
    -Redatora e crítica
    Jornalista apaixonada por cinema, televisão e reality show duvidoso. Grande entusiasta de dramas coreanos e tudo o que tiver o dedo de Phoebe Waller-Bridge.

    O sindicato de atores, atualmente em greve, alega que as propostas da AMPTP não proporcionam o tipo de proteção que os seus membros esperam e necessitam contra "o uso desenfreado dessa tecnologia".

    "Não sou uma voz imparcial na luta do SAG [Screen Actors Guild] contra a Inteligência Artificial. Tenho testemunhado durante anos quantas pessoas querem treinar esses modelos para criar/recriar atores que não podem dar consentimento, como papai."

    Assim começa a mensagem que Zelda Williams, uma das filhas do inesquecível ator Robin Williams, falecido em 2014, publicou em seus stories do Instagram para mostrar seu posicionamento em relação ao uso de ferramentas de inteligência artificial na indústria cinematográfica.

    A utilização da Inteligência Artificial pelas produtoras e a necessidade de uma regulamentação que proteja os atores, vivos e mortos, desde a sua entrada em funcionamento na indústria é um dos pilares fundamentais do protesto que acontece desde julho.

    Quase três meses após o início da greve dos roteiristas em maio de 2023 — que terminou na semana passada após 146 dias de protestos —, o SAG-AFTRA mobilizou os seus membros devido à falta de acordo com a Aliança de Produtores. Cinema e Televisão (AMPTP) em relação a algumas questões básicas.

    'A principal razão é que as empresas não estão dispostas a participar nas questões-chave que estão no centro destas negociações', explicou Duncan Crabtree-Ireland, diretor e negociador-chefe do SAG-AFTRA.

    Resta saber como se desenvolvem as negociações e o resultado, embora Zelda Williams, também atriz, quisesse deixar clara a sua posição: "Isso não é teórico, é muito, muito real. Já ouvi a IA ser usada para ter 'sua voz' dizendo o que as pessoas querem ouvir. Eu acho isso perturbador, as ramificações vão muito além dos meus próprios sentimentos."

    Atores vivos merecem a oportunidade de criar personagens com suas escolhas, de dar voz a desenhos animados, de colocar seu esforço e tempo HUMANOS na busca pela performance. Essas recriações são, na melhor das hipóteses, uma pobre cópia de grandes pessoas, mas, na pior das hipóteses, um horrendo monstro frankensteiniano, remendado a partir do pior de tudo o que esta indústria é, e não do que deveria representar.

    A voz de Robin Williams será ouvida novamente em uma futura produção da Disney: um curta chamado Once Upon a Studio, com o qual comemora os 100 anos do estúdio neste mês de outubro, e em que o ouviremos novamente como um de seus personagens mais icônicos.

    No entanto, a Inteligência Artificial não desempenhou aqui qualquer papel, mas sim "diálogos nunca antes ouvidos" que o próprio Williams gravou antes da sua morte e que foram utilizados com o consentimento dos seus herdeiros.

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