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    Seis anos após um desastroso fracasso de fantasia, diretor volta com novo suspense para esquecer seu antigo desastre
    Evelyn Souza
    Evelyn Souza
    Conquistada pela cultura pop, Evelyn adora assistir e discursar sobre filmes teens, de todas as gerações, e aqueles que quase ninguém ouviu falar. Além de ser dorameira e tentar usar seu coreano ínfimo em todas as oportunidades.

    Em 2017, cineasta dinamarquês frustrou Hollywood com um fracasso de fantasia, mas agora está de volta.

    Nikolaj Arcel não é um nome familiar, mas muitos provavelmente já ouviram falar de seu filme, A Torre Negra (e poucos o viram). A adaptação do épico de fantasia de Stephen King foi lançada grandiosamente como uma franquia inicial em 2017, mas fracassou durante a temporada. O filme arrecadou pouco mais de US$ 100 milhões. As críticas foram desastrosas.

    Rumores sobre pós-produção turbulenta na publicação da Variety não recomendavam exatamente Arcel para o próximo projeto em Hollywood. Voltamos então para a Dinamarca, onde Arcel reúne duas pessoas que aprendem a odiar-se até à morte. Bastarden, que foi exibido no Festival de Cinema de Veneza deste ano, é um retorno de sucesso e um palco de boas-vindas para os olhos afiados de Mads Mikkelsen.

    Bastarden
    Bastarden
    2h 08min
    Criador(es): Nikolaj Arcel
    Com Mads Mikkelsen, Amanda Collin, Simon Bennebjerg

    É disso que se trata Bastarden com Mads Mikkelsen

    O emocionante drama histórico leva você ao ano de 1755, onde o oficial Ludvig Kahlen (Mikkelsen) deseja ascender à boa sociedade após o serviço militar. Sem terras e dinheiro, ele só tem uma opção: recuperar a vegetação árida da Jutlândia. Solo infértil, gangues de ladrões e ventos fortes fizeram com que tentativas anteriores de assentamento fracassassem. Kahlen tenta de qualquer maneira e ao fazê-lo provoca a ira do novato Frederik de Schinkel (Simon Bennebjerg). O “de” no nome, é claro, acabou de ser comprado.

    Plaion

    Schinkel é um sádico que aterroriza seus subordinados, prefere torturar servos fugitivos à noite e fica bêbado enquanto faz isso. Ludvig, por sua vez, ficou obcecado pelo desejo de terra e realizou-o com extremo rigor militar. Ambos não agradam exatamente ao seu coração, mas a escolha entre a tortura do novo rico e o capitão pagão é fácil no duelo cada vez mais brutal pelo inabitável pedaço de terra.

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    O acalorado faroeste está repleto de belos panoramas da vasta paisagem. As feições angulosas de Mikkelsen se misturam como se Ludvig nunca tivesse estado em outro lugar. Arcel e o co-autor Anders Thomas Jensen (dois luminares do roteiro dinamarquês) poderiam ter escrito uma peça histórica comum baseada nesses valores e provavelmente teria sido aceitável. Do jeito que está, Bastarden se desenvolve em um exame cheio de reviravoltas sobre o anseio por avanço social e o preço que alguém está preparado para pagar por isso.

    Plaion

    Nisso, até se assemelha à Ferrari, contribuição de Veneza, de Michael Mann, em partes, embora Arcel ame demais suas fotos de paisagens e belos interiores para perturbá-los com o início de um estilo decifrável. Graças ao roteiro, Bastarden está excepcionalmente isento de tais detalhes. Cada vez que você sente o cheiro de um clichê cansado nessas histórias, ele é subvertido ou variado de forma imaginativa.

    Isso pode ser visto neste duelo masculino com a equipe feminina em torno da destacada Amanda Collin. A estrela da série de ficção científica cancelada Raised by Wolves interpreta uma serva fugitiva que jura vingança contra o nobre errado. A taciturna Ann Barbara se torna a heroína desconhecida do filme. Sua força de vontade poderia mover montanhas ou pelo menos toneladas de vegetações. Só ela sabe que algumas marcas num mapa não significam sorte.

    Bastarden ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.

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