Alguns atores possuem uma presença cênica tão forte que conseguem sozinhos carregar nas costas um inteiro filme ou pelo menos deixar uma história meia-boca um pouco mais palatável.
"Beijos que matam" (Kiss the girls) é um suspense de 1997 que, se não fosse por Morgan Freeman, provavelmente seria desconhecido até por aqueles que como eu, gostam de filmes obscuros.
Baseado em um livro, conta a história de Alex Cross (Morgan Freeman), um psicólogo forense que descobre que sua sobrinha desapareceu e resolve investigar. Detalhe, o sumiço da jovem aconteceu no estado da Carolina do Norte e o Dr. Cross vive e trabalha em Washington D.C. Assim, como se nada fosse, ele larga (temporariamente?) seu emprego, pega um avião e vai atrás da sobrinha. Na cidade de Durham ele descobre que há pelo menos meia duzia de jovens mulheres desaparecidas e a polícia não tem nenhuma ideia do paradeiro delas.
Quando Kate (Ashley Judd), mais uma vítima do sequestrador, consegue escapar do cativeiro, o psicólogo tenta obter com ela informações que possam levar à captura do criminoso que se faz chamar de "Casanova".
Um filme mediano, que apesar de deixar o espectador interessado, nunca prende completamente. Algumas coisas que acontecem na história são altamente improváveis, algumas soluções de roteiro no mínimo questionáveis, os personagens não são bem construídos de forma que o espectador não consegue identificar suas motivações (nem mesmo as do sequestrador). Elementos narrativos são jogados na cena de qualquer forma, sem prover explicação ou justificativa.
No fim, vale pela interpretação de Morgan Freeman, com sua classe, sua serenidade, seu estilo inconfundível e único.
Se isso é suficiente, pode assistir sem problemas.