Oblivion: Crítica AdoroCinema

Filmes de ficção científica costumam despertar o interesse do público. Tem o pessoal ligadaço em questões de lógica, do que seria possível, mas tem também aqueles que buscam se identificar com uma história interessante que prenda a atenção. Oblivion tem condições de agradar os dois grupos, uns mais, outros menos, mas uma coisa é certa: está longe de ser uma viagem perdida.

Em um futuro não muito distante, a Terra foi destruída em um confronto com alienígenas. "Ganhamos a guerra, mas perdemos o planeta", diz o protagonista. Seu nome é Jack (Tom Cruise) e sua função neste lugar desolado é cuidar da segurança de uma operação que visa retirar os recursos ainda existentes. Para isso, ele faz a manutenção dos Drones, máquinas de destruição usadas no patrulhamento do local, povoado pelos misteriosos Saqueadores. Para ajudá-lo, Jack conta com Vika (Andrea Riseborough), que cuida de sua retaguarda do alto da torre onde vivem. Para seus líderes, eles formam uma "boa equipe". Só que ela funciona com a razão, enquanto ele ainda mantém a emoção, apesar do programa de remoção de memória a que todos foram submetidos.

Autor dos quadrinhos que deu origem e ainda roteirista, produtor e diretor do filme, Joseph Kosinski apresenta ao espectadores uma trama boa, na qual o conflito do personagem é descobrir sua verdadeira identidade em um ambiente hostil. Isso porque sua insistência em manter um elo com o passado (proibido) poderá mudar radicalmente o seu futuro, ainda mais após encontrar a sobrevivente Julia (Olga Kurylenko). Além de ambientes visualmente impactantes (tem uma piscina de cair o queixo) e paisagens bem elaboradas, o figurino também merece destaque. Aliás, vale recomendar atenção especial na roupa do protagonista no decorrer da trama.

Na figura dos Saqueadores, ecos de O Predador, além de Darth Vader e Ewoks, de Guerra nas Estrelas. O clássico de George Lucas também tá presente nos temidos Drones (versão maligna do saudoso R2D2) e ainda em ótimas sequências de batalhas aéreas por desfiladeiros. A tocha da Estátua da Liberdade é só um dos detalhes que lembram o antológico O Planeta dos Macacos. E vai ter gente vendo o inesquecível HAL 9000 (2001 - Uma Odisséia no Espaço) e não só pelo "olhar vermelho" de um determinado personagem. Ou seja, referências que dispensam maiores apresentações.

Para a turma do universo da música, o cafofo secreto de Jack na zona proibida (O Planeta dos Macacos de novo) revela ótimas lembranças, como uma pick-up onde ele bota pra rodar as bolachas de vinil do Led Zeppelin, Blue Oyter Cult, Duran Duran, Asia... Tem até um óculos empoeirado (Top Gun - Ases Indomáveis). Enfim, Oblivion dosa bem as "cotas" de humor (o roubo da moto é uma), drama, e caprichando na adrenalina, a combinação desses elementos com bons efeitos especiais revela-se uma grata surpresa que mantém a tensão, apesar de um final que acabou seguindo uma linha mais tradicional.