É instigante acompanhar um drama de tribunal, onde a argumentação verbal e o domínio da representação corporal são determinantes para o seu desfecho. Além da historia a ser contada em que nuances podem ser desenvolvidas. Caso se disponha a ver este filme, não espere nada disso. Tudo nele é muito artificial. Gasta-se um tempo enorme mostrando relações superficiais sem aprofundar outras que valeriam muito mais a pena. Por exemplo, o advogado do assassino teve a vítima, no passado, substituindo a figura paterna. A trilha musical então é um horror. Um violoncelo e um piano o tempo todo, repito: o tempo todo, emitindo notas graves e compridas tentando criar uma tensão que não se justifica. Exemplo: o advogado está subindo a escada do tribunal e a música o acompanha em tons cada vez mais agudos. Cria-se uma tensão para, no final, se descobrir que ele apenas chegou ao último degrau. Para minimizar a perda de tempo, sem qualquer prejuízo à compreensão, pode-se dividi-lo assim: veja os primeiros cinco minutos para saber que ocorreu um assassinato (O assassino? Franco Nero, o Django dos antigos spaghetti western). Avance uma hora e dez minutos para fugir do mais puro tédio. Acompanhe os próximos vinte minutos que é quando tudo acontece. Avance para os dois minutos finais e não perca uma das cenas mais ridículas que já se ousou projetar em uma tela. The end!