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    Tudo por um Popstar
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Tudo por um Popstar

    Três amigas, três ídolos e alguns clichês

    por Barbara Demerov

    O amor a um ídolo ou uma banda, a vontade de quebrar qualquer barreira (até mesmo física) e o objetivo único de ter um simples momento de fã moldam Tudo por um Popstar, filme baseado em livro homônimo de 2003 escrito por Thalita Rebouças. Focado nas experiências de três adolescentes, o longa possui uma premissa simples e direta, com uma pergunta cuja resposta é praticamente universal: Quem nunca foi fã de um grupo ou um artista que deu a chance de ver a vida de outra forma, mais colorida descomplicada? Que atire a primeira pedra aquele que dizer que nunca passou por tal fase.

    A ingenuidade e a dedicação de Gabi (Maísa Silva), Manu (Klara Castanho) e Ritinha (Mel Maia) para com seus ídolos, a banda Slavabody Disco Disco Boys, de fato traz uma nostalgia àqueles que já passaram pela fase de adoração e ansiedade com relação a figuras marcantes. Porém, o clima de "veneração" não dita todo o clima do filme, e com o passar da viagem do trio para o Rio de Janeiro (local em que um show da Slavabody irá acontecer) vemos inúmeras situações sem muito sentido acontecerem – por mais que elas sirvam para compor a mensagem do filme, que é a da amizade.

    A união de Gabi, Manu e Mel é o que dá gás para a narrativa, que mesmo intercalando entre momentos nonsense, traz algumas reflexões: ao mesmo tempo em que Tudo por um Popstar resgata parte das sensações do que é ser fã, há o questionamento se todo o esforço vale ou não a pena, pois a euforia com relação a pessoas que mal te conhecem pode passar de um dia para o outro. Mesmo que de maneira rasa, essa questão está lá, mas o filme deixa claro que o que importa, no fim do dia, é que tais vivências podem trazer aprendizados para a vida toda, assim como amadurecimentos.

    Mesmo que provoque pensamentos interessantes, o tom de sátira acaba tirando a atenção para as partes mais sérias do roteiro na maior parte do tempo. Personagens como o de Felipe Neto, que interpreta um blogueiro ranzinza, e da própria Giovanna Lancellotti (como Babette, a prima hippie de Manu), entregam a parcela de espírito cômico ao filme, mas ao mesmo tempo tiram do mesmo uma dramaticidade que poderia ser bem aproveitada. Ao invés disso, existe até mesmo a inclusão de uma richa entre meninas que, além de completamente desestruturada, não é bem resolvida.

    Com situações previsíveis e fáceis demais, exibindo uma realidade bem diferente da que os fãs passam para ver seus ídolos, é difícil encontrar um foco em Tudo por um Popstar que não seja o de resgatar sensações vividas nesta fase da vida. Até mesmo os próprios Slavabodys são apresentados de maneira artificial, não havendo desenvolvimento com relação às suas histórias ou como chegaram até ali. Tudo fica nas costas do trio de meninas, que ao menos garantem uma grata sintonia.

    Tudo por um Popstar retoma uma sensação que só é possível vivenciarmos na adolescência, quando os sonhos relacionados aos ídolos parecem ser possíveis e alcancáveis com facilidade. Com exceção do trio principal e seu objetivo, o restante soa sintético e reduzido a clichês pensados para o público-alvo da produção, mas ainda assim é possível simpatizar com as aventuras rocambolescas apresentadas em sequência.

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    Comentários

    • Suane C
      Indignada com a cena onde 3 adolescentes se amarram em lençóis e pulam uma janela de um prédio alto e caem !!! Desnecessário e podendo induzir a uma tragédia maior !!!
    • Erlangueiro
      Que atire a primeira pedra aquele que dizer que nunca passou por tal fase.Posso atirar então? Felizmente me deram uma educação decente, então nunca idolatrei esse povinho que faz esse tipo de música.Aliás, repararam como o diretor é um podólatra? Várias cenas de pés, o problema é que a maioria das meninas eram menores de idade durante as gravações né...
    • Alan Costa
      Crítica mais rasa que o filme, com todo respeito. O filme é direcionado pra um público alvo, não ter clichês partindo dessa premissa, é como reclamar que um filme de terror dá medo ou assusta, não há lógica. O objetivo do filme foi satisfatoriamente alcançado, eles queriam entregar um filme de adolescentes classe média para alta onde, aparentemente, não existe autoridade e a facilidade de conseguir objetivos é quase automática, adolescentes, principalmente meninas de classe média e alta, vão se identificar de cara. Lembre-se, não há problemas em clichês desde que esses tenham alguma utilidade objetiva.
    • BRKSRafa R
      esse filme é para quantos anos?
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