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    Medo Profundo
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Medo Profundo

    Roteiro raso

    por Lucas Salgado

    Tubarões sempre foram criaturas que despertaram o fascínio do cinema. Foi assim no clássico Tubarão, mas também nos recentes Mar Aberto e Águas Rasas, sem falar na centena de produções trash que ganham as telas de canais como Syfy (Sharknado é a franquia mais conhecida deles). Agora, esses temidos animais marinhos estão de volta em Medo Profundo.

    Produzido pelos irmãos Bob e Harvey Weinstein (e lançado nos Estados Unidos antes dos escândalos de assédio sexual que acabaram com a carreira do segundo), o longa custou apenas US$ 5,5 milhões e faturou mais de US$ 50 milhões nos cinemas americanos. O sucesso mostra o interesse do público por filmes do tipo. Ao contrário de Águas Rasas, no entanto, o novo longa não entrega um padrão de qualidade de destaque.

    Extremamente previsível, o filme consegue criar bons momentos de tensão, mas nada que não tenha sido visto anteriormente. Logo na abertura, a produção deixa clara a intenção de fazer referências a Tubarão, seja na trilha que vai crescendo, seja nas tomadas com o ponto de vista de baixo. Mas as citações a Tubarão ficam por aqui na crítica, afinal não é nem justo colocar um filme ao lado do outro, uma vez que a obra de Steven Spielberg é um verdadeiro clássico da sétima arte.

    As irmãs Lisa (Mandy Moore) e Kate (Claire Holt) passam férias no México após a separação da primeira. Acusada pelo ex de não ser aventureira o bastante, Lisa é convencida pela irmã a ir mergulhar num espaço repleto de tubarões. Elas embarcam em um pequeno barco, com pessoas locais que não parecem muito profissionais. Após alguns instantes de alegria, a duas se veem em apuros quando a gaiola que as separa dos tubarões se solta do barco e elas acabam presas às 47 metros de profundidade.

    A premissa é interessante e a jornada de sobrevivência é sempre algo que prende a atenção, mas o roteiro é bem pobre. Escrito por Johannes Roberts (que também dirige o filme) e Ernest Riera, o texto é repleto de clichês e ainda oferece uma protagonista completamente submissa. Em tempos de Time's Up (e até antes disso), é inaceitável ver uma jovem mulher em papel central cuja história esteja completamente atrelada a um homem. Ela chega a dizer que o ex-parceiro era a última coisa boa que tinha em sua vida. Todas as atitudes dela também são tomadas pensando no que o sujeito iria pensar.

    Não fosse o bastante, o texto ainda cria uma competição completamente desnecessária entre as irmãs, que não condiz com aquilo que estava sendo visto em cena. É triste ver um filme com duas protagonistas mulheres que não consegue valorizar a força de suas personagens. Mandy Moore deveria ter ficado quieta em This is Us.

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    Comentários

    • Jackson A L
      Apesar de ter um orçamento considerado relativamente baixo, consegue manter um bom clima de suspense. Os motivos que levaram as irmãs a se aventurarem ao mergulho é realmente um motivo fútil, porém bem realista em nossos dias. Gostei das atuações de Mandy Moore e Claire Holt. Para quem curtiu, recomendo Águas Rasas (2016)!!
    • Fábio
      Impressionante como querem forçar a barra em relação ao ativismo feminista. Vim aqui ler sobre um filme de suspense com tubarões e não para saber a opinião do crítico sobre o comportamento submisso da mulher. A proposta o filme não é debater o papel da mulher a sociedade. Cara chato.
    • claudio c.
      Nem considere !!! Pura bobagem e uma aula de como não fazer cortes a discussão sobre maiores questões filosóficas , é até desnecessária em uma bobagem como é este filme . Repito , nem considere , se tiver tempo sobrando ...durma.
    • Bruno [FM]
      Em Medo Profundo Johannes Roberts fez com o oceano o que Alfonso Cuarón fez com o espaço em Gravidade.Se você tem fobia de mar aberto (assim como eu), vai ficar com mais medo ainda. Se não tem, pode ser que passe a ter depois de ver esse filme. E esse é o grande diferencial dele. A forma como o medo REAL é trabalhado no psicológico do expectador no decorrer das cenas.Gostei muito da atuação da Mandy Moore e da Claire Holt. Achei interessante o fato do filme inteiro praticamente se passar no fundo do oceano. Após a gaiola se soltar, não há cenas intercaladas entre elas no fundo e os homens no barco, é somente lá embaixo! Deixando uma extrema sensação de que afundamos junto com elas. (A ultima vez que senti isso, foi em Kill Bill 2, na cena dela sendo enterrada viva. E talvez, tinha sido a única vez)Outro ponto que achei muito bom foram os tubarões. Dessa vez, eles não são monstros-animais. Nada de super poderes ou força e inteligência descomunal (e nem o CGI nos faz pensar de outra forma). Em nenhum momento você acha as cenas exageradas. O filme não é baseado em mostrar tubarões serial killers, mas mostrar uma situação de sobrevivência em que vários quesitos são levados em conta. Excelente! (ou horrível mesmo!). O que Águas Rasas começou com pé no chão mas acabou deixando isso escapar do meio pro final, esse mantém o pé no chão do início ao fim.Pra mim, já se tornou um filme de cabeceira do gênero. Recomendadíssimo!
    • Jaime Sérgio Martins Ferreira
      Pera aí . Pára tudo! O filme é ótimo! Suspense maravilhoso,a direção supersegura, claustrofobia pura,as atrizes estao ótimas no papel,os efeitos bons e detalhe me deixou nervoso! O objetivo do filme é o entretenimento,e isso ele faz muito bem... agora meu amigo crítico o resto é bobagem! Recomendadissimo!
    • Fabio
      Acho lamentável que um crítico tenha a necessidade de politizar tudo, até mesmo um filme de suspense descompromissado como esse. A personagem de Mandy Moore não representa toda uma classe feminina. Ela é apenas uma mulher que está sofrendo a dor de uma separação. É natural que esteja deprimida e triste. Já vi inúmeros outros filmes com personagens masculinos passando pela mesma situação. E, ao contrário do que pensa o escritor dessa resenha, não a vejo como uma pessoa fraca. Quando há a necessidade de sobreviver, ela mostra muita força e coragem. Concordo que o filme não é nenhuma obra-prima do gênero, mas critica-lo por não atender a um conceito pessoal de como uma mulher deve se comportar é igualmente sexista e presunçoso.
    • Thiago engenheiro
      duas protagonistas mulheres. E desde quando não existem mulheres em filmes americanos como protagonistas. Esse site é uma piada pronta.
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