Minha mãe é uma peça 2
Como quase sempre acontece as noites das minhas quartas-feiras são reservadas para ir ao cinema e ontem, 11/01, fui ver ao filme Minha mãe é uma peça 2, baseado na obra do conhecidíssimo Paulo Gustavo (220W). Comprei minha batata frita no Buguer King e me sentei na última fileira do canto superior. “M” alguma coisa. Eu tenho agonia de ficar sentado por muito tempo na mesma posição, parece que morri. Sem contar que meus joelhos doem para caçarolas!
O filme se passa alguns anos depois da Dona Hermínia (Paulo Gustavo) ter seu programa de televisão. Agora morando em um apartamento maior, ainda no Rio de Janeiro, na cidade de Niterói e com os filhos Juliano (Rodrigo Pandolfo) e Marcelina (Mariana Xavier). Juliano como sempre, menino aplicado, se formou em direito e Marcelina naquela vida mansa, saiu do trabalho para tentar entrar em uma companhia de teatro.
Dona Hermínia continua um amor de pessoa. A mesma Hermínia do primeiro filme, dessa vez com uma preocupação a mais. Sua Tia Zélia (Suely Franco). Aquela senhora engraçada que vimos no primeiro filme tem pouca participação nessa sequência e sua história não é tão agradável quanto a anterior.
Carlos Alberto (Herson Capri) continua o mesmo galante de sempre. Iesa, a irmã mais nova de Hermínia continua a mesma pessoa serelepe e sem objetivo algum na vida. Apenas em busca de seu homem ideal. E nesse ponto temos a primeira surpresa agradável do filme. A irmã mais velha de Hermínia, Lucia Helena, interpretada pela magnifica Patrycia Travassos vem de férias para a casa da irmã. E nesse ponto eu notei algo extremamente perturbador no filme que, até aquele momento havia me deixado leve. A vida reúne os seus para que juntos possam lhe dedicar um breve sorriso antes do adeus.
É difícil aceitar, mas por mais que esse filme seja sobre uma mãe protetora, zelosa e cheia de marra, ele também é sobre os filhos que um dia se vão em busca de seus caminhos, deixando a solidão para aqueles que um dia lhes deram seus momentos. Minha mãe é uma peça 2 faz esse diálogo extremamente verídico com os dias de muitos pais que tem seus filhos distante e, mais uma vez, interage com a morte de maneira serena e incisiva.
Temos outros dramas nessa sequência como a bissexualidade de Juliano, separação, velhice e solidão.
Eu passei um pouco mais de uma hora dentro da sala de cinema e quando sai de lá, a primeira coisa que fiz foi ligar para minha mãe e saber como ela estava, dizer que estava com saudade e que a amava.
De maneira sucinta, o filme é superior que o primeiro. O roteiro está melhor trabalhado, os atores já possuem a sintonia, a fotografia é muito boa e acima de tudo, continua sendo um filme agradável e que vale a pena ser visto e revisto que traz muitas lições tanto para pais quanto para filhos. Me desfiz de algumas amarras quando sai do cinema; joelho doendo, com os olhos marejados e com mais fome do que entrei.
Filme: Minha mãe é uma peça 2
Diretor: César Rodrigues
Ano: 2017
Avalição: 5/5