A Guerra de Agosto

Tyoma (Artyom Fadeev) é filho de pais separados, razão esta que o coloca em viagem para encontrar com o pai na fronteira Russa com a Geórgia, mais especificamente na Ossétia do Sul em plena guerra por independência. Ao ser deflagrado o conflito armado, Kseniya (Svetlana Ivanova) sai da capital Russa em busca do filho praticamente sitiado na pequena cidade de Ckhinvali, que no momento encontra-se inacessível por praticamente servir de palco para a guerra. É justamente nesse conflito que veremos as realidades distintas de uma mãe desesperada e uma criança que presencia a violência com olhos criativos de alguém sem percepção da realidade de fato.A GUERRA DE AGOSTO possui duas vertentes para desenvolver sua narrativa: a mãe que parte em meio a tiros e explosões com o único objetivo de recuperar seu filho; e o filho que espera pela mãe sempre avaliando a situações de forma simplificada com base em poderes de robôs e super-heróis imaginários. Essas duas distinções na condução do filme funcionam bem e permitem acompanhar um lado emocional não complexo ou piegas, mas que se justifica diante das circunstâncias impostas a mãe e seu filho afastados por consequências de decisões alheias às suas escolhas efetivas.Como pano de fundo à frenética busca, acompanhamos cenas incríveis e dignas dos filmes de hollywood para retratar a violenta guerra que se desenvolve, coerentemente sem tirar do foco aquilo que de fato interessa à história. Há ótimos efeitos visuais que não exageram em conteúdo, deixando essa opção ser usada nas visões do pequeno Tyoma. No geral, fica claro que o orçamento volumoso foi bem utilizado e, apesar de existir um certo contraste nas decisões de militares que mais parecem fruto de propaganda do governo real, temos um longa interessante e curiosamente divertido.