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    A Grande Vitória
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    A Grande Vitória

    Uma história de vida

    por Lucas Salgado

    A Grande Vitória representa uma proposta interessante no universo de cinebiografias produzidas no Brasil, que é justamente investir na história de uma pessoa não muito conhecida. No caso, Max Trombini, um sujeito de infância humilde que vê no judô a chance de ser alguém na vida e de descarregar suas energias. 

    Baseada no livro "Aprendiz de Samurai", escrito pelo próprio Max, a trama é interessante e envolvente, mostrando a importância que o esporte pode ter na formação de uma pessoa. Caio Castro assumiu a responsabilidade de interpretar Max na juventude e não compromete. O mesmo pode ser dito de Sabrina Sato, em seu primeiro papel dramático, como um interesse amoroso de Max. Os dois atores estão bem em cena, embora deixem um pouco a deseja nas sequências mais melodramáticas.

    O filme conta com uma atuação incrível de Tato Gabus Mendes. Ele interpreta o professor de judô que praticamente acolhe Max e passa seus ensinamentos. Trata-se de uma performance incrível, de um ator que muitas vezes é limitado pela estética televisiva, mas que aqui mostra todo seu talento. Ele ofusca todos os companheiros de cena, passando a imagem de um sujeito preocupado e ao mesmo tempo apaixonado pelo que faz. Sua força em cena é tão impressionante, que em alguns momentos voltamos os olhos para o personagem mesmo quando se encontra em segundo plano.

    Suzana Pires, Domingos MontagnerMoacyr Franco e Rosi Campos completam o elenco da produção, que tem como ponto fraco a presença de Felipe Falanga como Max quando criança. A atuação do menino é bem fraca, se perdendo nas cenas dramáticas e não convencendo também nos momentos mais leves. O jovem ator acaba prejudicando toda a primeira metade da narrativa, que trata da infância do personagem principal.

    Produzido por Fernando Meirelles, o longa conta com um bom trabalho de design de produção e, principalmente, direção de fotografia. O principal problema está na excessiva (quase permanente) trilha sonora do maestro João Carlos Martins. Trata-se de um renomado maestro, que sem dúvida é muito talentoso, e que aqui criou uma concepção interessante ao investir na obra de Johann Sebastian Bach. O uso exagerado da música acaba prejudicando seu trabalho e, por consequência, o filme. Não há respiro, são poucos os momentos em que a trilha não é ouvida.

    Passando a mensagem de que é preciso correr atrás de seus sonhos e seguir o coração, o longa representa uma proposta interessante no cinema nacional. O Brasil é um país continental, com muitas histórias para serem contadas. Cabe ao cinema correr atrás das mais originais e menos conhecidas, e não apenas ir atrás de cinebiografias de nomes consagrados. Poderia ter sido melhor acabado, mas ainda assim se apresenta como algo diferente do padrão.

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    Comentários

    • selleusa
      Ótimo filme. principalmente pra ser exibido numa sexta feira em sala de aula com direito a pipoca. Não sou professor mas acredito que os valores adquiridos através da prática do esporte pode salvar muitas vidas vulneráveis e em conflitos. Parabéns à equipe.
    • Andries Viljoen
      Nossa, quando o cinema nacional me anima com coisas muitos boas como '2 Coelhos' e 'Linha de Passe' que o público infelizmente só descobre há pouco tempo.O desafio era grande: fazer de uma história comum um filme interessante. A história do judoca Max Trombini até que é bonita, emociona conhecer seus desafios de vida... Então o que era de se esperar?Que o trabalho do diretor e dos atores transformasse uma história um tanto comum em algo emocionante que conseguisse fisgar pelo coração o público.A Grande Vitória falha nisso. Não se trabalha a emoção. Pela lamentável atuação ou por escolhas do diretor, quando a cena começa a nos tocar há um corte ou uma mudança de rumo. Todas as viradas que o filme dá ficam na cara muitos minutos antes de acontecer. Isso desaponta e acaba com qualquer tipo de surpresa.Existem algumas coisas boas, como as participações de Tato Gabus Mendes e Domingos Montagner que apesar de aparecer pouco e nos mostra uma atuação de acordo com seu personagem.A direção de fotografia abusa dos closes numa iluminação chapada e não lembro de nenhum plano geral interessante. Parecia uma novela de um capítulo só. Cada ação em plano detalhe, cada gesto em foco e em close. Stefano Capuzzi Lapietra começa sua carreira de diretor aprendendo com os erros.A intenção do filme foi boa, mas posso afirmar que ele cometeu erros gritantes de cadência, continuação, furos no roteiro de forma violenta e no fim o mesmo não explicou porque veio. Vamos aos pontos: 1 - Porque falar do pai dele se ninguém entende o desfecho dessa linha?2- Muito pouco explorado as relações do protagonista com o esporte, treinador, mãe. 3- Trilha sonora pífia. 4- Cortes ou transição de cenas feito de forma grotesca.5 - Não teve sentido.
    • Andries Viljoen
      Muita gente não quer ver o filme só porque tem Caio Castro e Sabrina Sato no elenco, enquanto que a história do Max é bem motivadora e merece ser vista.
    • Andries Viljoen
      Olha, eu gostei bastante. Independentemente das atuações, a história do Max é muito bacana, e eu sei como a filosofia do judô muda nossos pensamentos. Me emocionei vendo as primeiras aulas, os primeiros ensinamentos...
    • Andries Viljoen
      Cinema brasileiro cada vez mais me surpreendendo... achei excelente toda a historia dos personagens e a forma como o filme da o destaque para o Judô que é muito bem reconhecido com suas formas de aprendizagem e filosofia de vida, Kiai!
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