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    Pássaro Branco na Nevasca
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Pássaro Branco na Nevasca

    Surpreender por surpreender

    por Lucas Salgado

    Após o divertido e completamente non sense KaboomGregg Araki resolveu investir em uma história um pouco mais convencional. O diretor e roteirista demonstra certa evolução na condução da narrativa e no desenvolvimento dos personagens, mas comete um erro primário: se julgar mais inteligente que o espectador. Pássaro Branco na Nevasca quase coloca tudo a perder em seu final, que busca surpreender por surpreender, fugindo completamente do tom do restante da produção.

    Ainda assim, temos uma obra interessante, que tem como mérito principal a atuação de sua jovem protagonista: Shailene Woodley. A atriz de Os DescendentesDivergenteA Culpa é das Estrelas, comprova mais uma vez porque é um dos principais nomes de Hollywood no momento, isso com menos de 23 anos. Ela caminha com desenvoltura pelos universos dos blockbusters e pelos filmes independentes, como é o caso aqui.

    Woodley interpreta Kat Connors, uma garota que chega em casa um dia e descobre que a instável mãe (Eva Green) abandonou ela e o pai (Christopher Meloni). Ela tenta seguir sua vida, enquanto que o pai fica estático.

    A trama é interessante e todo o elenco está bem. Meloni faz bem o papel do cara durão que não quer deixar claro que está sofrendo, enquanto que Green mostra mais uma vez que consegue parecer louca como ninguém.

    Mas ninguém brilha mais como Woodley, que cria uma personagem complexa, repleta de características interessante. A atriz demonstra coragem ao aceitar fazer cenas de nudez num período em que Hollywood está cada vez mais careta e que jovens estrelas parecem obrigadas a seguirem um padrão de certinhas. É louvável que um filme voltado para o público jovem tratar do sexo como algo normal, sem tabus.

    O elenco conta ainda com a participação de Shiloh FernandezGabourey SidibeAngela BassettThomas Jane. A produção é passada no final dos anos 80 e início dos 90, contando com um belo design de produção. A direção de arte e o figurino são ótimos, nos jogando diretamente para este período. A equipe conseguiu fazer Eva Green parecer bem mais velha que Shailene, quando na verdade a diferença de idade é de apenas 12 anos.

    Se contasse com um roteiro melhor pensado e com diálogos mais inteligentes, White Bird in a Blizzard (no original) poderia ser bem melhor. Do jeito que ficou, é mero passatempo para uma tarde vazia.

    Filme assistido durante a cobertura da Mostra de São Paulo, em outubro de 2014.

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