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    Operação Big Hero
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Operação Big Hero

    O mundo é dos nerds

    por Francisco Russo

    Ah, o século XXI... Época gloriosa para os nerds, com seus ídolos não apenas ganhando as telonas mas eles próprios sendo alçados ao posto de heróis, por mais que às vezes sejam ocasionais. É o que acontece em Operação Big Hero, nova animação da Walt Disney Pictures que, pela primeira vez, explora personagens da filial Marvel Comics. Os escolhidos são os (ainda) pouco conhecidos Big Hero 6, supergrupo de heróis inspirados no mangá japonês que, neste longa-metragem, ganham uma boa americanizada.

    A história se passa em San Frantokyo, cidade que guarda elementos tanto da americana San Francisco (as famosas ladeiras, a Golden Gate) quanto de Tóquio (estética dos prédios, as roupas coloridas, os cumprimentos, a robótica e, é claro, os monstros da cultura japonesa). É lá que vive o garoto prodígio Hiro Hamada, que dedica a vida à construção de robôs para participar de lutas clandestinas, que podem render uma boa grana. Sabendo de seu potencial, o irmão mais velho Tadashi dá um empurrãozinho para que o caçula use sua inteligência para fins mais úteis. Para tanto, o leva até ao maravilhoso mundo dos sonhos! O que, no mundo nerd, significa um imenso laboratório onde você pode produzir o que bem entender (e, é claro, se divertir a valer). Mas, como Stan Lee bem sabe, todo herói precisa de uma grande inspiração para existir. E será Tadashi o condutor para que Hiro não apenas encontre um rumo na vida, mas também forme um grupo de super-heróis.

    Operação Big Hero é o típico filme de origem, que necessita de um bom tempo para apresentar cada um dos personagens principais e também suas motivações. A animação segue o padrão Disney de qualidade, assim como a história exalta valores familiares e se posiciona a favor da ciência na eterna luta contra o capitalismo, por mais que o suposto vilão seja apresentado de forma um tanto quanto tendenciosa. Há também personagens carismáticos, especialmente Fred, o sem noção de bom coração. Entretanto, o grande pulo do gato atende por um nome: Baymax.

    O carismático robô inflável é a alma de Operação Big Hero. Não apenas pela cativante pureza do personagem ou pela qualidade de sua animação (é impressionante a textura do inflar e esvaziar), mas também pelo relacionamento que aos poucos desenvolve com Hiro, no sentido de melhor compreender a complexidade emocional humana. Uma trajetória que lembra bastante outro clássico da animação que aborda a amizade entre um robô e um garoto: O Gigante de Ferro. Até mesmo o desenrolar das duas parcerias é parecido, conceitualmente falando.

    Vendido como uma animação de super-heróis, Operação Big Hero entrega ao espectador uma boa dose de sequências de ação onde, uma vez mais, a inexperiência do grupo é ressaltada. Entretanto, é na empolgação destes nerds heróis que reside boa parte da graça do filme: eles não precisam estar nesta situação, mas curtem um bocado vivenciá-las (algo parecido com a sensação de um fã ao encontrar seu ídolo). Esta experiência, somada à estética mista entre as culturas americana e japonesa e a amizade crescente entre Hiro e Baymax, tornam Operação Big Hero um filme bastante divertido. A sequência em que Baymax fica sem bateria é de rir com gosto.

    Aos apressados que adoram sair correndo da sala de cinema ao menor anúncio dos créditos finais, um alerta: há uma cena extra bem no fim do filme, estrelada por um ícone da Marvel. Emblemática e divertida, vale a pena esperar para vê-la.

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    Comentários

    • Chimecho James
      ???? Big Hero 6 = Os 6 Grande Heróis, Entendeu?
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