É muito compreensível o sucesso do filme Sniper Americano teve nas salas de cinema do mundo. É um filme de alta qualidade, do começo ao fim, da sua fotografia até a tecnologia das filmagens, trazem um filme muito bonito nesses aspectos. Entende-se a super bilheteria, tanto que o filme não consegue ter outro combatente nos seus números, faturando mais de 300 milhões.
Aí você coloca tudo isso, mais toda aquela magia dos cinemas, o que torna o filme maior, até mesmo do que deve ser. Tirando isso, o filme é um completo amontoado de ideologias, heroísmo barato e patriotismo ao extremo. Esses elementos juntos transformam o filme numa bomba.
As ideologias americanas, contra os povos do oriente médio, seja qual for, é um crime, pois usa de recursos gigantescos para criar um vilão, algo ruim para creditar seus ataques contra aquela região do mundo. Fica bem explicito a visão que é retratada neste filme, a ideia de justiça do povo norte americano e a marginalização do povo do Iraque é extremamente trabalhado, seja para qualquer que for o lado. É uma aglomeração de clichês e estereótipos dos dois lados que assusta.
Esse heroísmo forçado de vários os lados, desde quando seu pai divide os homens entre ovelhas, lobo e cão pastor, esse ultimo assumido pelo Kile, na defesa de seus iguais e busca ser o guardião dos fracos e oprimidos, contra o lobo malvado a espreita de sua vitima. Mais uma vez, vemos o extremismo fatal em toda cena.
O heroísmo construído através do Mito intensifica a ideologia do norte americano que se preocupa com o seu país, a ponto de deixar de lado sua família para defender sua nação acima de tudo. Que não consegui se adaptar antes de cumprir com todos os seus deveres, matar quem mata seus iguais. Que não admite ficar em casa, enquanto seus companheiros travam batalhas nas ruas iraquianas.
Partindo do patriotismo que surge no dia 11 de setembro, em vários corações americanos, e cresce na defesa de seu país e culmina no ataque ao Iraque, se constrói esse herói e se entrelaça com as ideologias.
É difícil falar sobre algum ponto sem falar no outro, são bem próximos e são um conjunto de sentimentos fortes no filme do diretor Clint Eastwood e na interpretação brilhante de Bradley Cooper, não se pode tirar o que há de bom no filme. Bradley é impecável na sua atuação.
Um ponto relevante é ver como é recente essa história, praticamente, a história completa aconteceu na década passada e teve seu desfecho dois anos atrás. É de se pensar essa urgência de um mito.
Portanto, o filme Sniper Americano, deve ser visto como um filme ligeiramente bem feito, é uma legítima grande filmagem e que deve ser visto com, talvez, os dois pés atrás, pois, pergunto quem é o mocinho da história? Quem apertou o gatilho ou quem talvez estivesse apenas defendendo seu país de uma invasão?
O politicamente incorreto não há definição nesse filme. Então, deve se tentar entender os dois lados da situação e o reflexo de se mostrar como heróis alguém tão frágil em características e princípios.