Monteiro Guimarães é um pseudônimo utilizado por Adhemar Gonzaga.
Fiel ao seu imaginário, a família e aos artistas e técnicos que o acompanharam em boa parte da sua trajetória, Adhemar Gonzaga recheia Sálario Minímo com citações e participações que nem todos identificariam à primeira vista. Imaginário: o carnaval, o samba, o morro, comparecem no número cantando por Monsueto. Família: a mulher Yolanda Fronai, a enteada Renata Fronzi, o marido desta, César Ladeira, e o filho do casal Cesar Ladeira Filho, então líder do conjunto The Bubbles, interpretam papéis chave na trama.
"Adhemar Gonzaga, seu realizador, mais uma vez dá prova de integridade profissional que vem mostrando há várias décadas, fazendo o filme à sua moda e não à moda de ninguém, porque assim achou que devia ser seu tratamento. E concordamos, com Gonzaga: os humildes merecem um filme humilde. " Tati Moraes, Última Hora.
"Sai de Perto" Monsueto e Catupiri, com Monsueto Menezes.
"Pedido, de Carlos Nathan e José Vale, com The Bubles.
Considerado por Eduardo Coutinho como "um filme verdadeiramente de autor".
Salário mínimo foi o último longa metragem dirigido por Adhemar Gonzaga e funciona como uma súmula de suas preocupações tardias, quando o sonho da industrialização do cinema brasileiro já parecia distante e envolto em questionamentos políticos. Um certo cinema popular, enraizado nas tradições populares e dirigido ao homem comum encontra em Salário mínimo uma peça de resistência. Distanciando-se do Cinema Novo e da nascente pornochanchada, da geografia da zona sul carioca e do exame da burguesia ou do favelado, Gonzaga centra-se no mundo suburbano e de classe média baixa, examinando o eterno contraste entre os valores de formação (honestidade, castidade, etc.) e a miséria da vida, tanto econômica quanto existencial, verificando como os pequenos desvios acabam por compor um painel humano variado e positivo.