A franquia Velozes e Furiosos definitivamente já se consagrou no cinema. Agora em sua sétima sequência, o diretor James Wan transita do terror para a ação para dirigir Ven Diesel e companhia. A pergunta que fica no ar é: será que Wan transita entre os dois gêneros com facilidade e se prova um diretor versátil?
O futuro diretor do Aquaman nada pelas águas rasas da ação e apesar de alguns tropeços, em nenhum momento chega a se afogar.
Velozes & Furiosos — 7 traz de volta Ven Diesel e companhia agora enfrentando um novo perigo: Deckard Shaw (Jason Statham) um mercenário que busca vingança pela morte do irmão. Disposto a fazer tudo, Shaw não irá se acovardar na busca pela vingança de seu irmão.
Para dirigir um longa da franquia Velozes e Furiosos não precisa de muito esforço. Mesmo assim, o diretor James Wan chega a pecar em alguns pontos. A começar pelo vilão de Jason Statham, que não chega nem perto de impactante, e faz o filme se parecer mais uma aventura de gato e rato. No sétimo filme da franquia de corrida de carros, Statham dá uma atuação cômica e que não combina com a estética do filme e que se adaptaria melhor a um filme de comédia.
Nessa produção, Wan usa os elementos que vem aumentando a qualidade da franquia desde seu quinto filme — as ótimas cenas de ação ocupando mais espaço que as corridas de carro —, contudo, tenta trazer de volta o elemento corrida e fazer um equilíbrio entre o velho e o novo. Funciona? Sim, poderia dizer que sim. Todavia, os carros de corrida que ocupam mais espaço que as cenas de ação tornam o filme mais fraco da franquia desde o Velozes e Furiosos 5 — Operação Rio. Apesar de tudo isso, já que o filme se trata principalmente de velocidade e condiz com o seu título, isso não chega a ser um dos maiores erros.
O roteiro é bem raso, contudo consegue compensar com as cenas de ação e de corrida que são o ponto alto do filme. As cenas impossíveis que vieram desde o segundo longa (Mais Velozes Mais Furiosos - 2002) também se fazem bastante presentes e já que efeitos especiais são usadas em algumas, a tecnologia passa de longe a ser péssima. A fotografia é boa, mas no terceiro ato Wan a escurece tanto que em alguns momentos o espectador tem que se inclinar na poltrona para poder enxergar melhor.
Quanto aos aspectos positivos, James Wan traz um grande acréscimo ao sétimo longa: a sensibilidade e emoção com as quais o diretor já mostrava trabalhar muito bem em Invocação do Mal (2013) e viria a mostrar em Invocação do Mal 2 (2016). Os momentos emocionantes são bem trabalhados e o fator "família" que a franquia possui desde o seu primeiro filme estão lá e são bem gritantes. E já que Paul Walker (Brian O'Connor), morreu no último ano, o diretor de terror não dispensa esforços em lhe dar uma ótima homenagem.
Já que o objetivo do filme é, apesar de tudo, entreter, e não se requer muito esforço no roteiro para fazer uma boa sequência da franquia, a mesma frase se aplica às atuações. Ven Diesel apenas reprisa a ele mesmo, brucutu indelicado sem muitas expressões a explorar. Mas como já dito, Velozes & Furiosos é franquia de entretenimento e seu mal desempenho — assim como o de Statham — não atrapalham a experiência. Dwayne Johnson, que interpreta Luke Hobbs que acompanha a família Velozes desde o quinto longa, dá todo o seu carisma já esperado e apesar de seu personagem não ter quase nada de fator engraçado, consegue ser interessante e atrativo. E, tratando-se de alívio cômico, a dupla Tyresse Gibson e Ludacris desempenham humor nos momentos certos sem ser, de longe, forçados. Quanto ao resto do elenco, desempenham bem o seu trabalho e sabem se comportar diante de uma câmera.
Velozes & Furiosos 7 chega para provar que James Wan é um diretor bem versátil, competente e consegue cumprir com o fator entretenimento. Com uma homenagem final que chega a arrancar lágrimas do marmanjo mais ignorante, a produção, apesar de pecar em alguns aspectos, se torna uma excelente experiência.
Nota: 7,6/10