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    Assassin's Creed
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Assassin's Creed

    Ver para crer

    por Renato Hermsdorff

    Se, por um lado, Assassin's Creed, o filme, pode desagradar aos fãs mais “puristas” do game, por outro, tem potencial para ser encarado como uma boa produção “de origem” para o público não habituado aos consoles. Capitaneado por Michael Fassbender, que, além de protagonizar, atua também como produtor, o longa é recheado de fan service, ao mesmo tempo em que até melhora alguns elementos da narrativa original. Mesmo que termine devendo algumas explicações mais convincentes.

    Primeiro, esqueça Desmond Miles. Ao contrário do barman que, em 2012, é “convocado” para regressar ao período das Cruzadas (entre os séculos XI e XIII), o roteiro do filme é focado na figura de Callum Lynch, um condenado à cadeira elétrica em 2016. Recrutado pela cientista Sofia Rikkin (Marion Cotillard), ele revisita a memória genética de seus ancestrais na figura do espanhol Aguilar de Nerha, “transportado” para o ano de 1492, quando a Inquisição estava – com o perdão do trocadilho – pegando fogo.

    Voltando (ainda mais) no tempo, o texto dá conta de que um casal pré-história à la Adão e Eva teria forjado um artefato, a “Maçã do Éden”, que conteria em seu interior uma energia para lá de poderosa. Anos depois, um grupo, os Assassinos (do tal Credo) em busca do livre-arbítrio se oporia ao desejo dos Templários de subjugar a humanidade a partir dos poderes mágicos do objeto, num conflito que duraria séculos e mais séculos.

    Assim, duas narrativas correm em paralelo – e, ao contrário do que acontece nos jogos, e de forma condizente com o propósito de um filme de apresentação, a ação, na adaptação, se desenrola majoritariamente no presente. Mesmo assim, o passado é reconstruído de maneira redondinha, a partir de blocos cronológicos de cenas.

     

    A ideia de uma “memória genética” revisitada é o que o combo game/ filme traz de mais criativo, como pano de fundo. É ela a base do enredo que permite a Michael Fassbender, com competência, representar dois personagens tão distintos quanto “críveis”, a seu modo. Soma-se ao esforço do ator indicado ao Oscar a atuação da vencedora do prêmio da Academia Marion Cotillard. Se a escalação de uma dupla desse quilate já indicava se tratar de uma adaptação (de um videogame) fora do convencional, o trabalho deles em cena é a confirmação dessa suspeita.

    Ela, aliás, é a personagem responsável por operar o “Animus”, a máquina que permite fazer a “viagem no tempo”. Se, no jogo, o usuário acha “de boa” que alguém pule de uma altura considerável (o tal “Salto de Fé”), caia numa carroça recheada de feno e saia ileso, o filme se mostra mais comprometido com a verossimilhança ao elaborar uma aterrissagem (sem spoiler) diferente para a queda.

    Mas há soluções “mágicas” e mal explicadas que enfraquecem a trama da obra. Se, por um lado, fica bem difícil, para um leigo, entender o real poder da “Maçã do Éden”, tampouco a origem do embate entre Assassinos e Templários é explorada de forma convincente. E, digamos que, em se tratando do conflito central do filme, trata-se de um duro golpe e tanto em Assassin´s Creed.

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    Comentários

    • Carlos Eduardo Costa
      concordo, deviam se basear nos livros...
    • Fernando Moreira
      Até que enfim alguém entendeu o filme! É exatamente isso.O jogo infelizmente joguei pouco, mas é fantástico, o filme foi muito bom e a lógica dele foi exatamente o que você escreveu!
    • Fernando Moreira
      Cacete, li os comentários e muitos não entenderam o filme.Ele é fantástico, a maçã do Éden e o paralelo aos templários é uma crítica aberta ao poder da igreja católica sobre a humanidade.O livre arbítrio dado aos homens por deus é tirado pela igreja católica quando essa tinha o poder sobre as massas.A maçã do Éden representada no filme é no sentido figurado. O livre arbítrio é a liberdade individual de cada um na tomada de decisões ao longo da vida.Os Assassin`s Creed são pessoas que querem justamente proteger a humanidade de perder o direito ao Livre Arbítrio.
    • Daniel Nunes
      nao acompanhei o jogo, mas aqui comento sobre filme e nao jogos, Não gostei, achei a produção muito fraca, pouco elenco poucas cenas de luta, só revive da memória, pensei que fosse ter mais ação, mas foram 2 horas ouvindo conversas e diálogos.
    • Andre Alves
      acho que ele estava no animus quando estava na vida real, pode ver que no final ele pula da torre. parece que deixou aberto uma sequencia.
    • Karla
      Gostei muito do filme. Não achei que ficou confuso pra mim. Conhecer a bíblia e razoavelmente sobre a maçonaria deixa bem claro o intuito do filme.
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