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    Os Smurfs 2
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Os Smurfs 2

    Entre tombos, arrotos e peidos

    por Francisco Russo

    Lançado em 2011, Os Smurfs fez sucesso ao mesclar piadas infantis com um lado mais adulto, apostando na nostalgia dos velhos fãs dos desenhos animados dos anos 1980 e até mesmo brincando com certas incoerências dentro da lógica dos pequenos seres azuis. O resultado, se não era brilhante, permitia que crianças e adultos assistissem o longa-metragem sem reclamações de lado a lado. Não é o que acontece com Os Smurfs 2.

    Não é exagero dizer que o roteiro desta sequência é praticamente idêntico ao do filme original, até mesmo nos erros. Mais uma vez a aldeia dos Smurfs é pouco explorada, ganhando destaque apenas no início e no desfecho da história. Com isso, boa parte da nostalgia se esvai, já que o filme abdica da leveza e da dinâmica deste universo para, mais uma vez, fazer com que os Smurfs partam para o mundo real. No primeiro filme esta fórmula funcionou graças à novidade dos pequeninos enfrentando uma realidade para eles desconhecida, mas nesta sequência tudo se torna trivial justamente por ser repetitivo. A única grande novidade é a mudança de cenário, com Paris substituindo Nova York, mas as situações como um todo são bastante parecidas.

    Diante da perda de frescor envolvendo os personagens, a opção do diretor Raja Gosnell foi agarrar, com unhas e dentes, o público infantil. Para tanto a história investe pesado em tombos, arrotos, peidos e todo tipo de humor físico que provoca na criança o riso fácil. Funciona? Sim, até funciona para os menores. Mas deixa uma ponta de decepção justamente pelo equilíbrio que o primeiro filme conseguiu sem perder a atenção do público infantil. Há em Os Smurfs 2 uma infantilização extrema no sentido de apostar em piadas fáceis, envolvendo trapalhadas diversas e diálogos com piadinhas embutidas, que somado à repetição do roteiro como um todo dá a esta continuação um ar de mais do mesmo.

    Por outro lado, Os Smurfs 2 conta com um lado bem interessante envolvendo a moral da história deste filme. Como a trama é desta vez centrada em Smurfette, ganha terreno a questão da paternidade. Afinal de contas, ela foi criada por Gargamel mas apenas encontrou apoio e carinho através do Papai Smurf, seu padrasto. O filme aborda com competência este lado de que “pai é quem cria, não quem faz”, transmitindo aos menores uma mensagem importante sobre o conceito de família. Tudo sem se aprofundar muito, claro.

    De resto, o filme tem como destaque as breves, mas sempre engraçadas, participações do gato Cruel e também algumas falas do Smurf Vaidoso, pra lá de egocêntrico e sempre vidrado num espelho. Apesar de ser inferior ao filme original, ainda assim consegue prender a atenção das crianças durante seus 105 minutos. Aos adultos restam as brincadeiras com a própria cidade de Paris, retratada em seus mais diversos recantos, e a citação explícita a Audrey Hepburn e Bonequinha de Luxo. É pouco, mas ao menos o desfecho deixa a esperança de que uma nova sequência – alguém duvida dela? – possa enfim trazer algo original e mais divertido. Aos interessados, fica o aviso de que há uma cena pós-créditos – bem bobinha – e que o 3D, desta vez, nada acrescenta ao filme.

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