Desde que nascemos (na maioria dos casos) temos uma família que nos acolhe e nos cuida. Com o passar do tempo aprendemos a conviver com aquela porção de gente ao nosso redor. Mas chega um momento em que temos que declarar nossa independência e dar o fora. Álbum de Família reflete muito bem esse assunto: a (difícil) convivência em família.
O filme se passa nos típicos e exuberantes campos americanos. Na cidade de Osage County, vive Violet (Meryl Streep), uma senhora diagnosticada com câncer e viciada em remédios que acaba de perder o marido. Com o desaparecimento e morte do pai, duas das três filhas do casal, são obrigadas a voltarem a cidade onde nasceram, e assim cuidar da mãe. Tarefa nada fácil, já que a mãe é aquele tipo de megera que cospe fogo pra todo lado.
Álbum de Família é um filme grandioso. Em todos os sentidos. Começando pelo elenco, que foi o que mais me chamou atenção no longa. O que dizer de Meryl Streep? Ainda tem elogios cabíveis à ela? Hein produção? Não vou assustar ao ver o nome dela na lista de indicadas ao Oscar deste ano (ah é! Feliz 2014!). E caso for indicada, será sua 18° indicação, fraca não? Elogios também vão para Julia Roberts, que encara o persongem com força e vigor, ótima atuação. Além das beldades citadas ainda tem Ewan McGregor, Chris Cooper, Abigail Breslin, Benedict Cumberbatch, Juliette Lewis, Margo Matindale, Dermot Mulroney, Julianne Nicholson (destaque da trama!), Sam Shepard e Misty Upham.
O roteiro é baseado no livro de Tracy Letts, que virou peça teatral e agora adaptou-se ao cinema. A direção de John Wells corre normalmente junta a trilha sonora embalada ao som do country americano (ótima escolha). Durante as duas horas de filme vemos conflitos, paixões, traições, revelações, amores proibidos, vícios, lavagem de roupa suja com um texto brilhantemente afiado, definido e em certos momentos exagerado. Mas nada que comprometa o filme. Em meio as brigas, é possível até dar boas gargalhadas, embora seja um drama cruelmente intenso. Um drama familiar muito bem escrito, atuado e dirigido.
Não tem se quer um cena em que não se chame atenção pelo diálogo dos protagonistas. Mas a cena do jantar pós-enterro é fantástica! Em determinados momentos, até podemos lembrar de nossas famílias. De como a matriarca se parece aquela tia amarga e cruel. De como a filha Barbara (Roberts) se parece com aquela prima separada nervosa e sempre impaciente, mas que no fundo quer o bem de todos. E aquela adolescente rebelde descobrindo novos mundos proibidos. E aquela tia que teve um caso com o marido da irmã? Sem falar naquela que se acha "novinha" e que cada vez que se vê está com um namorado novo. Ixi, nem se fala! . Mas sabemos que tudo isso acontece nas melhores famílias. Ótimo filme e programa. Boas sessões em 2014! :)