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    Duro de Matar - Um Bom Dia para Morrer
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Duro de Matar - Um Bom Dia para Morrer

    Tal pai, tal filho

    por Roberto Cunha

    Mais de duas décadas depois do primeiro Yippee-ki-yay proferido pelo "caubói americano" para provocar o russo Hans Gruber (Alan Rickman) em Duro de Matar (1988), eis que o bom e velho John McClane (Bruce Willis ) está de volta em 2013, resgatando - de alguma forma - essa antiga rixa entre Estados Unidos e Rússia. E isso é bom? A resposta tem ligação direta com o que você procura ao se interessar por um título como esse. E se a busca é por diversão conjugada com ação ininterrupta, pode separar o dindin porque o ingresso vale o que está escrito.

    Sob o pretexto de explorar um fiapo de história também do filme original, quando uma foto da família do herói exibia um casal de filhos pequenos, Duro de Matar - Um Bom Dia para Morrer mergulha nesse (quase) sempre complicado relacionamento entre filho e pai, ainda mais quando esse último é da polícia, meio ausente coisa e tal. Dito isso, McClane descobre que o filhão já adulto (Jai Courtney), que ele não vê e não fala há um tempão, foi preso na Rússia. Ele corre lá para tirar isso a limpo, e acaba se deparando com uma trama regada a resquícios da antiga União Soviética e da usina nuclear de Chernobyl. Ou seja, não é preciso um contador Geiger para detectar que a dupla vai tocar o maior rebu no pedaço.

    Para a turma que já conhece o estilão do policial nova-iorquino, estão lá todos os trejeitos e o sarcasmo que fizeram escola no cinema de ação da década de 80 e hoje marcam presença na cartilha de muito ator, aspirante a astro no gênero. Logo no começo, Willis contracena com a figuraça Pavel/Pasha Lychnikoff, ator russo que já bateu ponto em diversas produções como vilão, e nesta mostra talento para o humor. O momento se passa dentro de um táxi ao som de "New York, New York", eternizada na voz de Sinatra, aqui engraçadamente cantada com sotaque do velho continente. Daí em diante, são sequências insanas de ação, com a mentirada comendo solta e, claro, com altas doses de licenças criativas.

    Assim, não faz o menor sentido ficar apontando falhas na continuidade, excessos do roteiro ou forçadas de barra para que determinadas situações se encaixem. Aqui tudo pode e cobrar realismo seria pura insanidade. Quando o assunto é perseguição de carros, a destruição é em massa. Se você está mirando nos tiroteios, munição é o que não falta. E se o deboche é o sarro que te dá prazer, divirta-se com piadas sobre velhice, calvície (olha o realismo aí, gente!), os anos 80, James Bond e por aí vai.

    Entre as curiosidade, tem música brasileira em momento "sacaninha" e um emblemático CCCP, tatuado nas costas de um dos vilões, poderia ser melhor aproveitado para simbolizar a eterna rivalidade entre as potências: URSS x EUA. Portanto, um trocadilho infâme como "é duro de não gostar" resumiria bem a divertida experiência de assistir este longa, mas seria injustiça deixar de citar que rolou uma química boa entre os atores e funcionou o papinho de pai pra filho antes, durante e depois da ação. E o que se descobre na sala escura é que se ele não procura as encrencas, elas encontram ele e, em se tratando do clã McClane, é tal pai, tal filho. A semente já germinou. Que venha a sequência!

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