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    Motoqueiro Fantasma - Espírito de Vingança
    Críticas AdoroCinema
    1,5
    Ruim
    Motoqueiro Fantasma - Espírito de Vingança

    Trash Assumido

    por Francisco Russo

    Nicolas Cage é um caso único em Hollywood. De ator promissor se tornou estrela de filmes de ação logo após atingir o sonho de qualquer colega de trabalho: ganhar o Oscar. A cobiçada estatueta dourada serviu de salvo-conduto, abrindo as portas para que fizesse o que bem entendesse. Alguns filmes até foram bem recebidos pela crítica e público, mas na última década vários foram massacrados. Cage, aparentemente, não se importa. Continua fazendo os filmes que quer e se divertindo com eles, mesmo que seu nível de exigência tenha caído consideravelmente. É o caso do recente Motoqueiro Fantasma - Espírito de Vingança.

    Antes de tudo, é importante ressaltar que há diferenças consideráveis em relação ao Motoqueiro Fantasma original. O Johnny Blaze de Cage perdeu seu ar posudo e canastrão, típico do astro que era, e passou a ter expressões de sofrimento e uma certa loucura. A sequência ganhou também tons mais sombrios, não apenas na fotografia mas, especialmente, na animação que conta a origem do herói. Esta inclusive é um dos pontos altos do filme, por sua qualidade e boa ambientação com o clima retratado.

    Motoqueiro Fantasma – Espírito de Vingança até começa bem, apostando firme na edição rápida que os diretores Mark Neveldine e Brian Taylor tanto gostam – quem viu Adrenalina, com Jason Statham, sabe bem disto. Uma boa cena de ação estrelada por Idris Elba e uma piada genial, recheada de sarcasmo e que serve como alerta do Motoqueiro aos espectadores incautos, animam. Só que para por aí. As sequências com o Motoqueiro em si decepcionam, a história deixa bons trechos sem explicações convincentes e os efeitos especiais são banais. Resultado: o filme jamais decola. Permanece sempre a esperança de que a próxima seja a grande cena do protagonista, que jamais vem. Inevitável a sensação de decepção.

    A história apresentada também não ajuda. Para os fãs do personagem nos quadrinhos, a presença do garoto Danny sugeria uma possível ligação com Danny Ketch, o 2º Motoqueiro Fantasma. Ledo engano. Johnny Blaze segue como o herói flamejante, agora envolto em uma trama de fundo religioso que pode livrá-lo da maldição que carrega de uma vez por todas. Tudo blá-blá-blá para justificar um filme que, no fundo, não altera em nada a cronologia do personagem principal.

    Motoqueiro Fantasma – Espírito de Vingança é um filme fraco, cujo grande pecado foi ter abandonado o sarcasmo que o torna tão divertido nos 10 minutos iniciais. O lado trash vem à tona de vez na cena surreal em que Nicolas Cage luta consigo mesmo para evitar que o Motoqueiro surja. Como curiosidade fica a participação do sumido Christopher Lambert, o eterno Highlander, tão maquiado que é até mesmo difícil identificá-lo.

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