“Duna” logo a primeira vista impressiona pela grandiosidade que seu brilhante diretor Denis Villeneuve quer transmitir, e ele consegue, em todos os aspectos, seja em sua polemica trilha sonora, em seus efeitos visuais e práticos e até nos figurinos e direção.
“Duna” é a segunda adaptação para o cinema do clássico livro de Frank Herbert, considerado um dos pais da ficção cientifica, não li o livro para julgar sua adaptação porém conseguimos sentir a grandiosidade da historia simplesmente pelos seus arcos narrativos, e sempre lembrando, que esse “Duna” é a parte um e foi adaptada só até a metade do primeiro livro, ou seja, temos muitas historias ainda para viver, porém o roteiro não é perfeito, não pelo seu enredo em si, mas sim por algumas escolhas narrativas, senti uma falta de aprofundamento de laços entre os personagens mais importantes, além de um final fraco em relação ao todo que estava se construído – embora não seja um final de fato- outro ponto é uma repetição de ideias que funcionam mas que deixam o longa um pouco arrastado.
Visualmente, achei incrível, é fantástica as conotações de figurino, principalmente os femininos, a maquiagem também está boa, a trilha sonora épica e confusa de Hans Zimmer funciona bem, ao menos do meu ponto de vista, ficou claro que Villeneuve deu liberdade criativa total para Zimmer compor, a trilha as vezes rouba algumas cenas do filme, não necessariamente do jeito bom, mas a estranheza da musica harmoniza com a grandiosidade das cenas, em alguns momentos me lembrou até o clássico “Akira”, e sobre as cenas, achei fantástico o trabalho com planos abertos, gosto da contemplação constante, dos close, Villeneuve sabe muito bem trabalhar com a câmera e isso fica evidente em mais essa obra, toda direção de arte é incrível, o único ponto que para mim não é perfeito é a fotografia, que permeia com seu tom cinza durante todo o filme, em alguns momentos funciona bem em outros sentimos que estamos perdendo algo, como as próprias cenas em Duna que pediam uma fotografia mais quente. Outro ponto de discussão são as fracas cenas de batalhas, é verdade que muito por conta da tecnologia do universo de Duna que influencia demais nesse ponto, mas mesmo assim, as coreografias estão fracas.
O cast de duna é muito bom, principalmente o de apoio, tinha um ceticismo com a dupla Timothée Chalamet e Zendaya mas dentro do possível eles funcionam bem, mas quem rouba a cena aqui é Rebbeca Fergusson que interpreta uma personagem fantástica, um dos pivores da historia, uma figura quebrada e ameaçadora e a atriz sueca entrega um papel fantástico, de resto, o cast cheio de estrelas manda muito bem.
A alguns anos venho falando que Denis Villeneuve é o melhor diretor da nova geração – embora agora não seja mais tão nova- o diretor canadense simplesmente não tem um erro na carreira, muito pelo contrario, só tem grandes acertos, e Duna é mais um deles, a complexidade de enredo aliado a primorosa direção, cheia de misticismo e detalhes vendem a obra com perfeição. Nota 9/10