O Lobo de Wall Street, a parte final de uma trilogia não declarada de Martin Scorsese, que mostra os caminhos do dinheiro nos E.U.A., ao mesmo tempo que mostra a ruína a qual todos esses três caminhos podem levar.
O primeiro filme, Os bons companheiros, de 1990, aborda a máfia. O segundo, Cassino, de 1995, aborda a máfia das apostas, e o terceiro é justamente O Lobo de Wall Street de 2013, que aborda a máfia que é o mercado financeiro, mais precisamente Wall Street.
O filme conta a história de Jordan Belfort, um homem que foi do nada a extrema riqueza através de sua determinação, e senso de oportunidade no mercado financeiro.
Quem vive o empresário nessa cinebiografia, é o ator Leonardo DiCaprio, que nos brinda com uma de suas mais estupendas atuações até hoje, de forma que podemos afirmar que ele foi mais uma vez injustiçado pela academia ao perder o Oscar para Matthew McConnaugey, em Clube de compras Dallas. Matthew inclusive que está presente em O Lobo de Wall Street, no papel de Mark Hanna, o mentor de Belfort, e apesar de uma curta participação, está muito bem no filme.
A belíssima Margot Robbie vive a segunda esposa de Jordan, uma mulher sensual, e de personalidade forte, com quem o protagonista tem um relacionamento conturbado, e pautado em excessos.
Jonah Hill é outro que integra o estrelado elenco do filme, vivendo Donnie Azoff, um corretor de imóveis, que intrigado com a vida financeira de Belfort, decide que irá trabalhar com ele, e a partir dali desenvolvem uma grande amizade, porém pautada por exageros de ambas as partes.
Scorsese, que faz mais um de seus brilhantes trabalhos, tem nesse filme, o objetivo de mostrar o submundo do Mercado Financeiro, um lugar de intenso estresse, onde para fugir do dia a dia tumultuado e desgastante, as pessoas recorrem a tudo que lhes possa aliviar física e mentalmente, e entre essas medidas estão as drogas e o sexo, que são mostrados nesse filme sem nenhum pudor, o que faz com que muitos tenham reprovado o novo projeto do cineasta. Porém ao meu ver, isso precisava ser mostrado nesse longa especificamente, pois é um filme que não tem a intenção de velar a realidade em absolutamente nada.
Inclusive um dos temas abordados por Scorsese no filme, é o de como os excessos podem destruir uma vida teoricamente estável, e por isso vemos o declínio moral, físico e financeiro do personagem de DiCaprio, um homem com tantos vícios que mal podemos contabilizar.
O filme em si, se apresenta como mais um trabalho audacioso de Scorsese, que tem na coragem de inovar, um de seus principais atributos.
A ascensão e queda do Lobo de Wall Street é mostrada de forma competente, e sem pressa de definir nenhum ponto, respeitando a cronologia dos eventos.
A trilha sonora do longa é impecável, e se encaixa bem no ambiente descrito no filme. As cenas são muito bem montadas, e as locações e cenários foram escolhidos de forma certeira, de forma que podemos mergulhar nesse mundo de luxo, loucura, estresse e prazer desenfreado, e entender o que se passa na mente dos envolvidos, algo que Martin Scorsese sempre faz muito bem.
O filme tem um desfecho chocante, e lhe dá a certeza de que as 3 horas de filme não foram em vão.
Em resumo, O Lobo de Wall Street é um grande filme, que eu recomendo a todos os cinéfilos, mas aqueles que se sentem incomodados com drogas, sexo e uma linguagem chula, passem longe desse filme.
Nota: 10