O filme, baseado na história de Aang, da versão animada, já traz consigo um público chave para que o mesmo tenha já um impulso maior na divulgação, no entanto, ele divide seu público com dois objetivos: interagir com os já fãs de forma fiel e agradável, como também encantar e introduzir a história de forma clara aos não iniciados, e isto é o tipo de exigência que nem todo diretor consegue dar conta.
Antes mesmo de citar os pontos fracos do filme que foi muito criticado (negativamente), vale dizer que tal conta com um figurino nota 10 e cenários de tirar o fôlego de tão bem feitos, e mesmo os efeitos visuais e a trilha sonora caminham em harmonia e tornam a obra um marco muito bem produzido para os já fãs, contudo, estes são os únicos detalhes que carregam a história positivamente, sendo assim, o maior erro e que impulsionou todos os outros esteve no roteiro, graças a direção que o filme tomou, não tanto pela trama e a história em si, mas sim como ela foi passada.
M. Night Shyamalan merece reconhecimento pelo seu destaque em 'O Sexto Sentido', porém não neste filme. Tal diretor foi o principal culpado por meter os pés pelas mãos na obra, e de fato não atendeu as exigências do público. Shyamalan foi muito fiel a história em muitos pontos na adaptação, mas por ser também um fã da história original, ele infelizmente, ficou com pena de cortar mais detalhes e dar mais visão para a história adaptada ao cinema, que deveria sim ter divergências maiores no original, principalmente por ser um pouco complexa e ter de se explicar aos não fãs em um tempo curto e claro enquanto o emociona com o filme, o que não aconteceu.
Vamos citar então os principais detalhes: coreografia - este não podia deixar de ser citado, afinal, os personagens nem pareciam capazes de dobrar realmente os elementos, e mais pareciam dançarinos de kung fu do que lutadores, o que ridicularizou a obra; atuação - não que os atores não tenham se empenhado, só que eles estavam muito limitados por causa da direção - Shyamalan infantilizou tanto a obra tentando mais retransmitir as cenas da animação do que emocionar em seu filme - e graças a isso muitos personagens perderam seus carismas fazendo parecer que seus objetivos eram demasiados fracos e que só estavam lá para fazer figuração ao invés de comandar a história do filme (o que mais escapa desse contexto, ao meu ver, foi Jackson no papel do Sokka); apresentação da trama - sou radical ao dizer que tal filme se tornou mais uma introdução ao espiritismo do que uma obra cinematográfica. As falas ficaram demasiado bobinhas e o foco do filme ficou mais na ideia do espiritual do que no contexto do que acontecia realmente: uma guerra! Nas batalhas os personagens estavam a dançar coreografias repetidas e o filme foi muito mal apresentado, explicando de imediato todas as possíveis perguntas que surgissem, não abrindo espaço para continuação e subestimando por total a capacidade do espectador de raciocinar por si próprio ou de se surpreender com a descoberta de acontecimentos.
Estes são apenas os mais importantes dos grandes motivos para a obra ter sido um fracasso, e é muito difícil de admitir isso como fã. E concluímos que, infelizmente, não vai ser dessa vez que um mundo de fantasia fará sucesso nas telonas, e adaptações como essa continuarão sendo vistas como um passo ousado demais a se tomar.