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    X-Men Origens: Wolverine
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    X-Men Origens: Wolverine

    UMA HISTÓRIA MUTANTE DOS MUTANTES

    por Roberto Cunha

    Chega aos cinemas mais uma produção baseada nos quadrinhos da Marvel. Embora seja notório que exista uma legião de fãs, aguardando esse momento, nota-se também uma certa liberdade dos roteiristas em criar variantes na história que podem incomodar essa turma e, ao mesmo tempo, não causar desconforto para o espectador comum. Portanto, se você é leitor dos quadrinhos, prepare-se para algumas licenças. Se não é, relaxe e aproveite.

    X-Men Origens: Wolverine começa em 1845, mostrando dois meninos, James e Victor, que selaram um pacto de amizade. As sequências seguintes formam a abertura do filme, revelam o crescimento deles e a capacidade especial de passar por guerras históricas da humanidade e, sempre juntos, como o próprio pacto preconizava. São cenas bonitas e com um tratamento visual bem interessante, e que revelam também uma nítida diferença no comportamento deles. Mais tarde, já como membros de um esquadrão de elite formado pelo Governo, James resolve deixar o grupo por não concordar com sua metodologia. Anos depois, um crime terrível faz com que ele aceite fazer parte de uma experiência com seu corpo. Neste ponto explica-se a origem de seu nome e das poderosas garras de Adamantium, marca registrada do mutante Wolverine (Hugh Jackman). E começa também a caçada ao principal suspeito, o ex-amigo, Victor (Liev Schreiber), também conhecido entre os fãs como Dentes de Sabre.

    X-Men Origens: Wolverine tem cenas de ação muito bem elaboradas e bons efeitos especiais. Destaque para a primeira operação do esquadrão de elite, quando o personagem Deadpool (Ryan Reynolds) entra em ação e para a sensacional cena da derrapada de motocicleta provocada pelas garras de Wolverine. As referências são muitas e há um duelo quase "faroeste" com a chegada do herói à fazenda de um casal, totalmente inspirada em Superman. Até mesmo o sadismo de Victor lembra a insanidade do Coronel Kurtz (Marlon Brando) de Apocalypse Now.

    O roteiro é de um filme de aventura, tem as indefectíveis piadinhas de sempre e Wolverine debocha de dois ícones da "juventude transviada" com suas garras: o canivete portátil na hora que as expõe e retrai, e o isqueiro Zippo, quando acende um rastro de combustível com elas. Dos contos de horror aproveita a ideia de abater Wolverine com balas de Adamantium, uma clara alusão às balas de prata que matam os lobisomens.

    O elenco é coeso, centrado em Jackman e Schreiber. Danny Huston (30 Dias de Noite) interpreta Stryker e encarna bem o representante dos eternos cientistas do mal, só faltando a risadinha tradicional. Já Dominic Monaghan (Bradley), Kevin Durand (Blob) e o rapper Will i Am (John Wraith) participam pouco e, até certo ponto, são descartáveis, o que deve ser frustrante para os atores. Scott Summers, o Cíclope, também aparece, mas ainda jovem. Os mutantes Deadpool e Gambit (Taylor Kitsch) participam mais, mas não fariam falta, uma vez que ficar mudo não é a característica principal de Deadpool e Gambit, é muito mais do que informante e piloto de avião "teco-teco". Já o castigo de Raposa Prateada (Lynn Collins) que usa seu "poder de persuasão" para fazer um personagem andar sem parar ("Keep walking!"), mais parece um merchandising do uísque Johnnie Walker. A trilha é compatível, mas bastante repetitiva.

    E atenção! Se você é daqueles que gosta de detalhes, não saia antes dos créditos finais porque tem cena adicional e, reza uma lenda não confirmada, são cinco diferentes. A dessa cópia foi uma piada curta e rasteira. Mas o filme vale o ingresso! Aventure-se!

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