O filme teve sua primeira filmagem a 2 de setembro de 1931, tendo estreado no Rio de Janeiro, no cinema Alhambra, a 29 de maio de 1933, por iniciativa de Francisco Serrador.
Esta terceira produção da Cinédia tinha o título original de Dança das Chamas.
Os estúdios Cinédia já produziam filmes, mas com Ganga Bruta iniciaram-se as atividades de distribuição da empresa.
A canção "Ganga Bruta" (letra de Joraci Camargo e música de Hekel Tavares) é cantada por Jorge Fernandes.
Raul Schnoor ia ser a principal figura masculina, e Tamar Moema, a principal feminina. Ruth Gentil, de Mulher, foi substituída por Déa Selva.
Os exteriores iam ser filmados inicialmente no Amazonas, ambiente ainda não explorado pelo cinema. A produção estava toda organizada e a viagem marcada pelo Lóide Brasileiro quando, à última hora, foi tudo cancelado.
O número de 15 de abril de 1933 de Cinearte publicava: "A música é do maestro Radamés e tem, além de uma canção e um batuque original, uma composição dramática, que acompanha uma das seqüências mais fortes do filme. As demais músicas são motivos tirados da canção citada e do batuque. Há, ainda, isoladamente, uma outra canção da autoria de Heckel Tavares, com letra de Joracy Camargo. Essa canção é cantada por Jorge Fernandes, o conhecido cantor carioca, que é acompanhado por um grupo de notáveis violinistas, chefiados por Pereira Filho, considerado o melhor violinista do Rio, Jorge André e Medina. Ouviremos também algumas músicas portuguesas, executadas em guitarra por Pereira Filho, que por sua vez faz o solo do violão, que se ouvirá em várias partes da história. A canção de Heckel Tavares foi ensaiada por ele próprio, ensaio esse que se realizou no próprio estúdio, durante vários dias, com a presença de Déa Selva, que aliás canta trechos no filme. Todas essas músicas são genuinamente brasileiras. E terminando convém frisar ainda que a orquestra do Maestro Radamés foi composta dos mais exímios executantes que se poderiam desejar, entre eles Iberê Gomes, o melhor violoncelista da América do Sul. Ganga Bruta não é um filme propriamente falado, mas não é silencioso: tem ruídos, falas, músicas e melodias que exprimem situações e muitas são as cenas silenciosas que falam mais do que a voz do movietone".
Cinearte, 18 de maio de 1932: "Pela primeira vez, nada menos de três câmeras foram utilizadas para a tomada de uma seqüência passada em interiores. Antigamente, o operador tinha de andar com a máquina às costas, toda vez que devia fazer uma nova tomada. Em Ganga Bruta, havia uma câmera para os close-ups, outra já assentada para os long-shots e a terceira aguardando o momento de apanhar outras cenas".
As cenas do lago das vitórias-régias, com Durval Bellini e Déa Selva, foram inspiradas no The Most Beatiful Still Of The Month, com Lilian Gish e John Gilbert, e em La Bohème, de King Vidor.
Na época de seu lançamento, o tema polêmico não agradou os espectadores, e Ganga Bruta foi um grande fracasso, apelidado de "o abacaxi da Cinédia". Vinte anos mais tarde, ele foi recuperado e exibido como obra incompreendida, tendo sido apontado por Glauber Rocha como um dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos.