Aleph B.
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3,5
Enviada em 12 de dezembro de 2014
Acabou. Mais três anos, mais uma trilogia, mais erros do que acertos desta vez. Quando Guilhermo Del Toro foi divulgado como diretor da adaptação do Hobbit fiquei receoso, afinal o mesmo diretor que tinha acertado na primeira adaptação de Hellboy provou que pode errar, e muito, quando se coloca a frente do autor como fez na sequência do detetive demoníaco. Del Toro saiu, e Peter Jackson, o mesmo que havia dado vida à Terra Média de forma maestral em O Senhor dos Anéis assumiu o cargo. Ótimo não? Quem melhor do que ele para contar a história de Bilbo anos antes da guerra do Anel? Tolkien talvez, se fosse vivo... Mas aí começaram alguns problemas.
Se a tentativa do diretor em transformar um livro simples em uma trilogia parecia um erro lá em Uma Jornada Inesperada, aqui se concretiza com horas dedicada a uma guerra (muito bem coreografada, claro) longuíssima e personagens desnecessários, afinal convenhamos, o romance entra a elfa Tauriel (Evangeline Lilly, linda como sempre) e o anão Kili só serva pra encher linguiça e atrair o público feminino. É um desperdício de material dedicar tanto espaço a uma personagem que nem existe nos livros e tratar tão mal Beorn, ou mesmo tirar espaço de Bilbo (Martin Freeman perfeito na trilogia) ou Thorin (Richard Armitage num trabalho excepcional). Das novidades, e falo isso contando toda a trilogia, a mais interessante é mesmo a busca de Gandalf (Ian McKellen) e a batalha dele contra um Sauron ainda retornando. Se em A Desolação de Smaug o mago protagonizou a melhor luta do filme, desta vez a ação fica por conta de Elrond (Hugo Weaving), Galadriel (Cate Blanchet) e Saruman (Christopher Lee), é puro RPG ver o mago e os elfos guerreando juntos.
Dos três esse é com certeza o filme com menos conteúdo em relação ao livro e o pior, já que as partes mais interessantes já aconteceram (o encontro com Sméagol e o anel, Beorn, as aranhas, os barris e claro, Smaug) . A guerra gigantesca no livro dura umas duas páginas, já que o conto é narrado pelo protagonista Bilbo e este quase não participa dela. Por outro lado, acontecimentos da guerra ficam mais interessantes vistos em sequência e não em flashbacks como acontece no livro ( quem não se lembra do ataque dos Ents à Isengard em As Duas Torres? No livro ele não é mostrado, apenas contado por Merry e Pinpin após a tomada).
No final Peter Jackson consegue em seus três filmes abordar melhor personagens que precisavam de mais tempo como o arqueiro Bard, ou mesmo Gandalf, mas se perde nos novos e na grandeza de querer transformar o Hobbit num Senhor dos Anéis, os dois jamais serão a mesma coisa.