Thiago P.
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5,0
Enviada em 14 de julho de 2012
Já faz muito tempo que filmes de animação deixaram de ser coisa de criança. Desde "O Rei Leão", e depois dele "Procurando Nemo", que somos brindados com animações cada vez mais bem feitas, com roteiros bem elaborados e um humor feito não só para agradar crianças, mas também os adultos. Isso é mais do que comprovado em "Megamente", animação de 2010 que conta a história do personagem-título, um ser cabeçudo e azul que é enviado à Terra ainda criança, após a destruição de seu planeta. Para o seu azar, sua nave cai em uma prisão, e ele tem sua personalidade moldada pelos criminosos com quem ele convive. Metro Man (voz de Brad Pitt no original) vem para a Terra junto dele, mas tem a sorte de sua nave cair em uma mansão, e ele passa a ser cuidado por uma família rica e bem-educada.
Megamente e Metro Man passam a nutrir uma rivalidade desde crianças, quando já na escola competiam por atenção: Megamente era o mais inteligente, mas tinha azar. Já seu algoz era o mais forte, e conquistava as professoras e as alunas, deixando-o cada vez mais humilhado. O tempo passa, e a rivalidade aumenta. Metro Man se torna o herói de Metro City, enquanto Megamente usa seu cérebro avantajado bolando planos mirabolantes para destruir seu inimigo.
Diferentemente das outras histórias de super-heróis, aqui o protagonista é o vilão, um ser azarado, carismático e engraçado, que apesar de ser "do mal" nunca consegue meter medo de verdade. Já Metro Man é o herói canastrão, orgulhoso, cheio de si, praticamente o Superman. Esse, por sinal, é o grande homenageado do filme. Desde a viagem para a Terra depois da destruição de um planeta, passando pelo rosto e a personalidade de Metro Man, até o nome da cidade, Metro City, a qual Megamente insiste em chamar de Metrócity, uma clara alusão a Metrópolis, a cidade do Homem-de-Aço.
Existe entre os dois inimigos mortais a figura feminina frágil: Roxanne Ritchie (na dublagem brasileira, virou Rosana Rocha), a repórter que sempre cai nas garras do vilão e precisa ser salva pelo herói (olha aí a representação da Lois Lane). Ela tem um assistente, Hal, um cinegrafista atrapalhado que desempenhará um papel importante na trama.
Voltando à história: durante a inauguração do Memorial Metro Man, Roxanne é sequestrada e o herói precisa salvá-la. Mas acontece o que ninguém esperava, nem mesmo Megamente: Metro Man cai na armadilha e é destruído. Megamente tem, então, toda a cidade para ele. No começo ele aproveita como pode o status de todo-poderoso de Metro City, mas passado algum tempo ele começa a sentir falta de um inimigo, alguém com quem competir, alguém com quem lutar. Ao passo que começa a se apaixonar por Rosana, conquistando-a usando uma identidade falsa.
"Megamente" como animação é muito bem feito, seja no desenho perfeito da cidade, seja na criação dos personagens; visualmente bem encaixado, sem parecer artificial ou exagerado demais. O desenrolar da trama também merece os parabéns, pois carrega muito bem os diálogos e o humor, desenvolvendo a história de maneira envolvente e engraçada. As tiradas de Megamente e de seu assistente são hilárias, nunca soando forçadas ou despropositadas. O filme nunca perde o ritmo, nunca se torna monótono. Pelo contrário. O filme passa de maneira tão natural e intensa que nem percebemos o passar do tempo.
A trilha sonora é outro ponto alto da obra. Desde Guns n'Roses, passando por AC/DC, Ozzy Osbourne e encerrando com Michael Jackson, as músicas se encaixam perfeitamente ao filme.
"Megamente" é um filme para toda a família. Tem todos os pontos fortes que uma boa animação precisa ter. Personagens carismáticos, um clima alegre, piadas bem boladas e um ritmo intenso. Enfim, um conteúdo. Uma grata surpresa, se considerarmos muitas animações sem conteúdo lançadas nos últimos anos apenas para encher os cofres dos estúdios e vender produtos licenciados.

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