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Parece incoerente dizer que uma ficção distópica ambientada em uma Amazônia majestosa apela para lugares comuns em excesso. Pois foi essa a minha impressão: mesmo imaginando incontáveis desafios de filmagem, parece que as escolhas foram sempre as mais fáceis: as faces surpreendentes do mundo amazônico, a reveladora gosma azul, a denúncia do abandono dos idosos e Rosa dos Ventos dando o tom épico ao final. A atriz e sua personagem valem ...
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Depois do sensível Vidas Passadas, a roteirista e diretora apostou em uma nova história de amor quase banal, com belos personagens cativantes, mas errou em quase tudo. Roteiro fraco, personalidades sem profundidade, diálogos previsíveis resultaram em filme medíocre para a Sessão da Tarde.
Excelente, um verdadeiro desafio ao nosso desconhecimento sobre as dinâmicas de dominação do continente africano. Aconselho estudar um pouco sobre a República do Congo, antes de assistir, assim como sobre figuras de jazz norte-americano e a militância de figuras como Nina Simone e Abbey Lincoln. Fantásticas! O filme, com registros visuais preciosos, não pretende ser linear e didático, mas sim provocativo e desvendador.
Ao contrário da crítica do Adoro Cinema, impossível pensar que o filme é de Selena: além da criticada falta de domínio do idioma espanhol, que me passou despercebido, a jovem tem um único número com algum impacto visual. Por outro lado, a interpretação de Sofia é plana como um tampo de mesa, sem modulações e, sendo justa, a personagem não permite grandes coisas além do melodrama. Mesmo a melhor cena coreografada (Zoe, de ...
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Deve ser fácil reunir diversos matizes do fantástico, o inexplicável, referências diversas, efeitos especiais, misturar a traumas e temores do passado e construir um roteiro. Difícil deve ser produzir um filme com bom elenco e condições materiais, a partir desse roteiro. Diretor e produtores conseguiram, mas o resultado não poderia ser diferente, fruto do desejo (ou decisão comercial?) de apelar para o exagero, o mistério gratuito e a ...
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O filme tem alguma graça pelo insólito e pela criatividade irreverente, mas parece que houve excesso de preguiça do autor (diretor, roteirista e algo mais) que não permitiu aprofundar os temas e dar um pouco mais de complexidade à história.
Agora, a resenha do Adoro errou em tudo, até no nome de quem interpreta Florence, a atriz Lea Seydoux e não o ator Louis Garrel. A síntese do enredo, então, passou longe...
Agora, a resenha do Adoro errou em tudo, até no nome de quem interpreta Florence, a atriz Lea Seydoux e não o ator Louis Garrel. A síntese do enredo, então, passou longe...
"Ainda estou aqui" é uma obra prima e uma obra necessária. Contar a história dos horrores da ditadura é necessário e pode ser feito de várias formas. Honrar a memória de Rubens Paiva também é necessário e meritório. Agora, produzir um roteiro sem erros, colocar a câmara no lugar sempre certo, escolher um elenco luminoso e cativante e ter Fernanda Torres mostrando como se pode levar interpretação para outro nível, isso é cinema no ...
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Para quem não entendeu, não, não é uma cinebiografia. É algo no estilo de Vice (também ótimo), uma maneira de desmoralizar o protagonista de várias formas, da exposição ao ridículo à crítica moral. Enfim, muito bom - divertimento garantido, reflexão para os mais atentos e irritação para trumpistas daquelas e destas bandas, esses ainda mais inexplicáveis. Atores excelentes, direção precisa, posição política ostensiva e provocadora.
Tem beleza, tem boa produção mas falta muito para dar coerência ao roteiro e consistência aos personagens. A "enigmática" Marthe não oferece qualquer enigma. Personagem mal construído e que não caiu bem em Cecile de France. Pierre é uma nulidade. Enfim, o cinema fica devendo uma cinebiografia de Marthe e Pierre Bonnard por mrio da qual possamos conhecê-los e admira-los. Ou não.
Muito bom! O relato tradicional de uma história de superação se transforma, com competência, em uma aventura emocionante, mais até pela interpretação de Bening do que simplesmente pela coragem e êxito de Nyad. Se Nyad venceu o mar e o preconceito com a idade, Annette vai mais além! Judie Foster, coadjuvante de luxo, imprime personalidade a uma personagem simpática. Grande dupla em um filme simpático e inspirador.
Excelente. Quem procura "roteiro original", está perdendo tempo em westerns. Este trás todas as novidades se valendo de roteiro óbvio (mais ou menos...), desde o mix de excelente trilha sonora, passando pela cenografia, tomadas de câmara e cenas coreografadas. Um prazer para os olhos e entretenimento de primeira.
Muitos elogiarão o excelente ator, a bela fotografia ou a forma de abordar o colonialismo. Mas o que ficou para mim foi um filme tedioso, com personagens aleatórios -alguns bons, mas para que, exatamente? - em uma história mal arrumada, que esvaziou a força do tema. E, sim, a sinopse do Adoro está quase que 100% errada. Que viagem!
"Legal" para uma tarde sem grandes expectativas é o que define este filme. Marion de esforça, Brad Pitt não se sai tão bem como um agente frio e perspicaz que vira um amante apaixonado, o roteiro não convence, enfim -apesar de celebrar Casablanca, vai cair no esquecimento. Curioso August Diehl ter vindo direto de Bastardos Inglórios para ser o nazi escroto e esperto (mas, desta vez, enganado...). Um filme dispensável, feito apenas para ...
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Temos aí um "case" para estudo nos cursos do cinema: a falta de adequação de um bom argumento ao roteiro, desse roteiro à direção e menos ainda às interpretações. É uma comédia? Uma paródia? Um suspense político e de espionagem? Um bom projeto pode misturar tudo isso? É possível, mas, definitivamente, não foi o caso.
Caça níquel de alto orçamento, sem um único traço de originalidade e talento. Desperdício de nosso tempo e do charme de Cate Blanchet.
Poderia ser bom. Poderia ser ótimo. Faltaram cenas, talvez, resultando em uma edição confusa. Faltou um roteiro, talvez. Ficaram algumas belas imagens, boas sacadas e algumas boas interpretações. Mas não há um filme, de verdade, nem o merecido tributo ao maracatu e seus mistérios.
Não há muito o que dizer de Hannah e suas irmãs, um dos pontos altos da filmografia de Woody Allen, carregado daquela doce melancolia com a qual Allen descreve as pessoas, suas ações e seus sonhos. Hannah é delicioso, sutil e esperançoso. Agora, passados tantos anos, vejo como foi decisivo para meu amor pelo cinema ter conhecido os filmes de Woody Allen ainda nos anos 1980. Mas, escrevo aqui só para observar mais um entre os frequentes ...
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É uma boa experiência, curiosa, algo divertida. Vale o ingresso, o que não chega a ser um elogio. É interessante ver Lady Gaga desenvolvendo personagem um tanto complexa e contraditória, e ela dá conta do recado, embora, às vezes, pareça caricatural. Caricaturas mesmo são tio Aldo e primo Paolo. Ou seja, ótimos atores desenvolvendo personagens nem tanto. O filme transita entre comédia e drama e não dá para saber o quanto isso é ...
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Sim, o filme usa bem o silêncio e os ruídos. Também explora bem o suspense, embora quase sempre os sustos sejam esperados. Assim como os sustos, tudo mais é esperado, inclusive o tom apelativo e o destaque dado à ótima jovem atriz. Seria uma bom passatempo se não se tornasse até cansativo. E eu tinha gostado do I, talvez por uma certa estranheza do enredo... Dispensável e esquecível, enfim.
Conhecer, pelo menos superficialmente, a história de Harriet/Araminta, vale a experiência de ver o filme. Mas há pouco além disso: a temática fundamental, a necessária reafirmação do horror da escravidão, o bom desempenho de Cynthia Erivo e belas paisagens - de resto, é um apelo a emoções fáceis e um roteiro mal estruturado, incapaz mesmo de transmitir o tamanho da personagem. Cinebiografia são difíceis, nós sabemos, ainda mais ...
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Roteiro fraco, interpretações ruins, direção e montagem piores... Seria mesmo difícil acertar o tom nesse projeto, com uma história despretenciosas porém afetiva e cheia de lugares comuns, mas os erros aqui se acumulam por motivos que vão além das opções de narrativa. Vou ser franca e admitir que assisti apenas uma parte do filme e só continuei para ver onde poderia levar cenas mal acabadas e desconjuntadas. Levou justamente a nada. ...
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Quais características fazem de Françoise uma personagem carismática e atraente, capaz de seduzir e atrair amores e fãs? Pela primeira vez, La Hupert fica nos devendo essa resposta e a responsabilidade não é apenas dela. Personagens sem substâncias e relações afetivas sem consistência em uma história sem interesse. Parece que o único motivador do diretor foi retratar a beleza de Sintra que, no entanto, parece fria e inóspita, apesar ...
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Ficou fã de 1917? Está impressionado com planos sequências em trincheiras e batalhas? Vá ver esse clássico da década de 1950 e conheça o que Kulbrick fazia, na época, acompanhado de grandes atuações e mensagem de honra e caráter.
Como bem diz a crítica do Adorocinema, a temática se sobrepõe à forma em Just Mercy (difícil de traduzir em português, mas importante de compreender o que está além da luta por justiça). Embora convencional, "fácil", linear e nada surpreendente, é um filme necessário, daqueles que podemos levar para sala de aula como lição edificante. As relações com To Kill a Mockingbird (O Sol é para Todos) é um brinde para os amantes de cinema.
Difícil imaginar alguém que tenha gostado (e compreendido a sequencia dos acontecimentos) sem ter lido e relido na infância, como eu, os livros de Luisa May Alcott. Todos os personagens são antigos conhecidos meus, alguns correspondendo, em parte, à imaginação infantil, outros bem diferentes, inferiores em personalidade e encantamento (como o infantilizado Laurie). Mesmo permitindo resgatar memórias, o filme é apenas um passatempo, por ...
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Parece estranho julgar um filme tão ambicioso em seus propósitos como "legal". Interpretações impressionantes (talvez excessiva de Patinsson?), fotografia encantadora, enquadramentos que nos remetem a grandiosos clássicos antigos, enredo complexo e desafiador, com aspectos fantásticos... O que faltou para me emocionar como uma verdadeira obra de arte? Não sei! Talvez o excesso artístico tenha esvaziado a verdade dos personagens, tornando ...
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A Vida Invisível é luminoso, mas não sei bem se a tropicalidade expressa é natural ou um apelo ao mercado internacional. Não vi essa exuberância natural nas duas irmãs, meninas de classe média urbana dos meados do século XX. Não há dúvidas que Carol Duarte é uma grande atriz, sensível e expressiva, mas a direção ou o roteiro, ou ambos, ou os três, incluindo a interpretação da atriz, não me pareceram delinear a personalidade de ...
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Excelente roteiro, direção competente e criativa e interpretações de dois "monstros". Meireles fez algo que pensei impossível: me emocionar com algo relativo aos formalismos da igreja católica. Lindo filme, com humor sutil, carinho e tolerância com a humanidade. Lindo da mensagem, primoroso nas cenas do Vaticano, perfeito nas interpretações desses dois enormes atores, cujos olhares e expressões faciais nos permitem apreciar a verdadeira ...
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Lindo, luminoso, humano, absolutamente humano. Almodóvar coroa sua obra com um filme de extrema doçura e Banderas enternece, emociona, apaixona. Penélepe é uma visão - e como Almodóvar sabe cristalizar uma visão em cores, luz e beleza! Dor e Glória, despretensiosamente, sem querer se aprofundar em reflexões sobre a alma humana nem discutir as razões das nossa misérias, fala de gente cheia de amor, de pequenas fraquezas e grandes ...
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Alguns aspectos funcionam neste filme, a começar pelo excelente desempenho de Laurent Lafitte. Prende a atenção do espectador - talvez se valendo de alguns truques narrativos básicos - e tem bons elementos de suspense... e só. Se o ponto forte seria a mensagem - estranha e desesperançada - essa perde-se em excessos, incoerências e obviedades. Há elementos que poderiam render uma boa história mas a mistura de abordagens acaba por não ...
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Tá, não é uma obra-prima. Não é um filme-cabeça e nem ao menos pode ser considerado pelo seu valor como relato histórico. Mas é uma delícia e parece que pretende isso, desde o início: simpático, fluido, "Edmond" é uma doce homenagem ao teatro, à poesia, à inspiração, filme para divertir e aquecer o coração. Vaudeville no cinema em pleno 2019, ano que parece não permitir ilusões, Edmond ("Cyrano, mon amour", mais um título ...
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Adaptado a partir de um livro clássico de Steinbeck, o filme transmite a desilusão de um tempo na história americana que o escritor retrata com maestria, refletindo como poucos sobre as injustiças sociais de uma época de modernização do sistema de produção capitalista. Verdadeiro, humano, arrebatador, o filme se mantém atual por não termos superado os dramas que relata. A mãe é um daqueles personagens fundamentais no cinema, e sua ...
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Depois de tantos anos e de ter assistido várias vezes Thelma e Louise, após rever o filme uma vez mais, não posso deixar de registrar o quanto ele é bom, bem feito e oportuno. Direção impecável, fotografia ampla e brilhante, em cenários surpreendentes, personagens cativantes, atrizes envolventes, roteiro responsável e engajado, não posso ver cenas de Thelma e Louise ou mesmo falar do filme sem um nó na garganta e o desejo de voar em um ...
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É difícil fazer cinema... Nós, espectadores, não devemos esquecer disso. É difícil fazer cinema, mesmo quando se tem Barden e Penélope Cruz (desculpa, Darin, mas esse não ficará na minha memória da sua filmografia...). Mesmo com a sensibilidade do diretor (excelente em O Apartamento, talvez ainda mais em A Separação), é difícil fazer tudo funcionar como se imagina. Era para ter suspense? Teve, mas acho que se perdeu o "timing" da ...
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Uma delícia! Foi o que resultou do filme simples e sincero de antiherois novaiorquinos, imersos em um mundo onde os limites entre o falso e o verdadeiro não são tão claros. A solidão e o desamparo se equilibram com humor, com interpretações inesquecíveis e lindas canções de fundo, construindo um filme tocante.
Um grande filme geralmente reúne diferentes aspectos que dão certo. A Favorita atende isso em várias dimensões - e em excesso: uma boa história, com personagens complexos e cativantes; atrizes excelentes, muito bem dirigidas; produção e direção de arte impecáveis. Além disso, enquadramentos surpreendentes e uso da câmara como proposta inovadora de linguagem - e até mesmo o som desempenhando esse papel. Genial, simplesmente. Talvez ...
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